São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Basquete tem chance de medalha no feminino

ANTONIO CARLOS VENDRAMINI
ESPECIAL PARA A FOLHA

O basquete brasileiro -bicampeão mundial no masculino e campeão mundial no feminino- chega em Atlanta para mais uma Olimpíada.
Esta modalidade sempre ganhou destaque internacionalmente muito mais pelo talento do atleta brasileiro que por qualquer outro motivo (principalmente planejamento e organização, que faltam em nosso basquete).
No masculino, a renovação foi muito lenta e agora estamos pagando o preço. Acho que não temos condições de lutar por medalha.
A distância entre o time de Marquinhos, Carioquinha, Marcel, Hélio Rubens e este que temos atualmente é muito grande.
Hoje não temos nenhum nome de destaque no mundo do basquete. A não ser o Oscar, nosso "mão santa".
Gostaria muito de estar enganado em minhas previsões, mas...
Também gostaria de colocar minha opinião sobre a participação da equipe profissional dos EUA na Olimpíada.
Acho válida e providencial a medida. Primeiro para que possamos medir a distância entre esta "escola" e as outras.
Segundo porque só poderemos nos aproximar se nos confrontarmos com equipes fortes.
Não podemos desprezar também o brilho que os astros da NBA darão aos Jogos.
Já no feminino, onde atualmente trabalho, dirigindo o Seara/Americana, estou otimista.
Acho que estamos na luta por uma medalha. E não é suposição. Acho que estamos numa luta "real".
Conseguimos levar para Atlanta nossa maior cestinha, a rainha Hortência.
Mesmo não estando no melhor de sua forma física, pois teve um filho no último mês de fevereiro, acho que Hortência será um fator decisivo e de desequilíbrio.
Temos ainda outros pontos de desequilíbrio. Paula, que está soberba. O trio Marta, Branca e Janeth jogando muito bem.
E as novatas Cíntia, Alessandra, Leila e Silvinha estão esbanjando disposição.
Conseguimos unir experiência, juventude e, acima de tudo, talento. Agora sim, falo sem medo de me enganar: Vamos lutar pelo ouro.
Também na versão feminina, a equipe dos EUA é a grande favorita.
Não só pelo fato de estar em Atlanta, jogando em casa, mas principalmente pela seriedade com que a preparação da equipe foi encarada pelas norte-americanas.
Vale a pena ressaltar que várias equipes se encontram num mesmo plano técnico.
Prevejo na Olimpíada um equilíbrio fantástico na disputa por todas as posições.
A análise de nossas adversárias mostra que não podemos prever quem será a campeã.
Rússia, Austrália, China e Cuba são seleções que podem chegar entre as primeiras.
A verdade é que somente uma distância muito pequena separa um time de disputar o título da competição ou ficar em sexto ou sétimo lugar.
E é exatamente nesse ponto que confio no poder de superação da equipe brasileira e justifico meu otimismo.

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