São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tribunal da ONU pede a prisão de líderes dos sérvios da Bósnia

Mandado exige detenção de Karadzic e Mladic em qualquer país

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Tribunal de Crimes de Guerra da ONU emitiu ontem mandados de prisão internacional contra o líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, e seu comandante militar, Ratko Mladic.
Os mandados de prisão autorizam a detenção dos dois em qualquer lugar do mundo -isto é, estende a decisão para fora da Bósnia.
Os líderes são parte das 72 pessoas já acusadas por crimes de guerra na ex-Iugoslávia.
O tribunal também criticou a Iugoslávia (Sérvia e Montenegro) e a República Srpska (a entidade dos sérvios dentro da Bósnia) por não terem sido capazes de prendê-los.
Foi ainda sugerido que a promotoria entre com novas acusações de genocídio contra os dois.
Mandados de prisão anteriores autorizavam alguns países a prender Karadzic e Mladic se eles aparecessem em seu território.
Mas os mandados de ontem, emitidos a todos os membros da ONU, obrigarão qualquer país-membro a prendê-los.
"Há uma diferença significativa", disse um porta-voz do tribunal. "Os mandados consideram os acusados como fugitivos internacionais, o que não eram antes."
A corte também ordenou investigação sobre as relações entre os líderes sérvios-bósnios e o presidente sérvio, Slobodan Milosevic.
Os mandados coincidiram com o primeiro aniversário da queda de Srebrenica, cidade do leste da Bósnia tomada pelos sérvios.
Estima-se que entre 3.000 e 8.000 muçulmanos foram sequestrados e assassinados pelos sérvios logo após a tomada da cidade.
Ontem, líderes (mulheres) de todo o mundo foram a Tuzla, onde estão os 30 mil refugiados de Srebrenica, participar de cerimônia.

Texto Anterior: Ex-tesoureiro passa mal
Próximo Texto: Polícia acha carro usado contra irmão de presidente argentino
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.