São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Lésbica quer 'visibilidade'

ESPECIAL PARA A FOLHA

Primeira lésbica assumida a se candidatar a um cargo eletivo no Rio, Virgínia Figueiredo, 37, disputa com dois candidatos gays a preferência do eleitor no Rio.
Candidata pelo PT, ela tem como objetivo "criar a visibilidade lésbica".
Figueiredo defende o aborto e "tudo pelo que uma feminista lutaria".
Para Claudio Nascimento Silva, 25, do PT, só é possível diminuir o preconceito contra homossexuais com um programa de treinamento para profissionais da rede municipal de educação, saúde e segurança.
Diretor do Grupo Arco-Íris, Nascimento acredita que suas propostas possam abrir a discussão da sexualidade "para modificar a moral construída".
Se eleito, Nascimento pretende estabelecer áreas livres de expressão do afeto para gays, lésbicas e travestis, "na praia de Copacabana, por exemplo".
Gerardo Santiago, 36, também do PT, tem como principal bandeira de campanha denunciar a violência policial. Para ele, a polícia abusa do poder que tem.
O candidato a vereador pelo PT de São Paulo, Elias Lilikã, 30, foi surpreendido nas últimas semanas com a violência praticada contra homossexuais.
Na madrugada do dia 16 de junho, cerca de 30 "carecas" invadiram dois bares frequentados por gays na rua da Consolação.
Na invasão, o artista plástico Nilton Werdini Silva, 51, levou dois tiros e morreu a caminho do hospital.
A campanha de Lilikã, que estava embasada na "educação sexual", agora tem como tema principal a homofobia (medo, ódio ou horror a homossexuais).
Na segunda-feira passada, o candidato entregou ao secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, José Afonso da Silva, denúncia com o nome dos supostos líderes do grupo que invadiu os bares. O secretário prometeu juntar o documento ao inquérito.
Se eleito, o candidato quer aprovar leis punindo "propaganda que fomente a ira de jovens que não têm parâmetros das diferenças".

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