São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
FHC correto
NELSON DE SÁ
Falou contra o racismo, em congresso internacional, com ampla cobertura de televisão. Sustentou medidas em favor da terceira idade, também com discurso na televisão. Sustentou medidas contra a publicidade de bebidas alcoólicas, também com discurso na televisão. Anteontem, sancionou uma lei antifumo, aquela mesma que está enfrentando "desrespeito geral e quase completo", segundo a Globo, ontem. Não importa. Se está sendo desrespeitada, a lei deu ontem mais um dia de manchetes politicamente corretas em torno de FHC, como aconteceu antes com Maluf. Quanto ao escorregão verbal, politicamente incorreto, dos "brasileiros caipiras", a televisão tratou de deixar passar. * É tão certo que vai dar em nada, qualquer que seja o caso, o escândalo, que só mesmo Boris Casoy para dar atenção, ainda. E mais, para dar em primeira manchete que está "emperrado o processo que pede cassação do deputado acusado de extorquir donos de bingos". Está emperrado, claro, na Câmara dos Deputados, por colegas. Outros tempos e o fato causaria revolta. Agora, só Boris Casoy, que precisa de várias revoltas por dia, ainda que só para marcar que alguém, uma pessoa que seja, não desistiu. Ainda. * - O que eles fazem é ferir, ofender o pudor médio das pessoas. São palavras do delegado que, no governo Mário Covas, vem perseguindo a prostituição em São Paulo. É o argumento dele. É folclórico, mas é, ainda, repressão. E repressão sem questionamento político, de quem quer que seja. É o tal pudor médio. Texto Anterior: Folha lança fórum na Internet Próximo Texto: Jobim quer manter apuração de morte Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |