São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Ministro teme que morte de PC estimule preconceito contra AL

Nelson Jobim diz ter medo que seja gerada atitude de ódio

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça está preocupado com a possibilidade de a morte de Paulo César Farias estimular o preconceito contra o Nordeste e, em especial, contra os alagoanos.
A preocupação vai além das questões econômicas que esse fato pode gerar, como a retração do turismo -uma das principais fontes de renda da região. O ministro Nelson Jobim teme que possa ser gerada uma atitude de ódio.
"Não podemos permitir que o caso PC viabilize que 'sociólogos de fim-de-semana' comecem a analisar o episódio para desqualificar o povo do Nordeste", disse Jobim durante entrevista ao programa "Jô Soares Onze e Meia".
Segundo a Folha apurou, a preocupação de Jobim começou no ano passado, quando ele fez várias reuniões em todo o país para discutir a reforma tributária.
Ele constatou que havia um "ranço" contra o Nordeste, especialmente no Sul e Sudeste.
No caso tributário, as críticas eram do tipo: "Nós (Sul e Sudeste) arrecadamos e eles (Nordeste) gastam". Jobim disse repudiar essa atitude. "Não podemos nos permitir operar em cima do ódio para gerar cizânia, divisões".
Segundo a seção de Alagoas da Abih (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira), a morte de PC Farias não causou impacto no turismo do Estado.
A média de ocupação dos 56 hotéis continua em torno de 60% neste mês.
Tanto a Abih quanto a Emturma (Empresa de Turismo de Maceió) temem que, dentro de 60 dias, a morte de PC possa começar a dar reflexos negativos no turismo.

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