São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Estômagos sofrem com proibições

Preços nos estádios são altos

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os aplausos, gritos e vaias da platéia em Atlanta, deve se escutar também um ruído grave e profundo: o ronco dos estômagos.
O fato acontecerá por dois motivos. Primeiro, pela proibição dos espectadores de entrarem com lanches nos ginásios e estádios.
Depois, pelos altos preços cobrados nos locais de competição.
Uma revista policial nos portões de entrada vai barrar alimentos sólidos, só podendo entrar líquidos.
Mas quem esquecer em casa, por exemplo, sua garrafinha de água mineral vai ter uma surpresa: uma similar olímpica, contendo um litro, custará US$ 4.
O menu olímpico, além de caro, é pouco extenso: não comporta muito coisa além de hot-dog (US$ 4), hambúrguer (US$ 4,25) e batata frita (US$ 3,25).
O comitê organizador de Atlanta-96 argumenta que os preços são compatíveis com os praticados nas partidas finais do futebol americano e beisebol, maiores eventos esportivos dos Estados Unidos.
Em alguns locais, o cardápio disponível para o espectador é ainda mais minguado.
No Estádio Olímpico de Atlanta, palco das provas de atletismo, só haverá como opção gastronômica o chamado "hot-dog jumbo".
A situação do espectador contrasta com a infra-estrutura disponível para os atletas, com algumas equipes tendo cozinheiro na delegação -é o caso da seleção masculina brasileira de futebol.
A equipe norte-americana, por exemplo, se preparou no Centro Olímpico de Colorado Springs, com seis chefs preparando 1.500 refeições diárias, indo da cozinha mexicana e italiana até a oriental.
Ao entrar no centro, os atletas olímpicos votaram em cinco pratos que queriam comer durante o período de treinamento.
Os pratos mais votados e mastigados foram costela de porco com purê de maçã, camarão e aspargos.

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