São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Rafael Braga prova que nem todo filho de rei é príncipe

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

Num país em que hereditariedade é coisa fora de moda, nem todo filho de rei é príncipe. Rafael Braga, que se lança cantor agora com disco homônimo, passaria batido como filho de José Augusto, Fábio Jr., e não de Roberto Carlos, como é o caso.
RC também já não é o mesmo, mas ainda não cantou algo do nível de "Morro de Saudade", do CD do rebento, lançado pela RCR (Roberto Carlos Records?).
Diz a pepita: "Se quiser lembrar de mim/ Procure-me na chuva/ Eu serei os pingos a caírem no meio da rua/ Olhando os pingos dessa chuva da minha janela".
Não deve ser nada fácil carregar nas costas a sombra mítica de RC. O problema é que Rafael aceita a missão. A começar da capa, seu disco é uma paródia do pai -compare a foto azulada do mocinho com as de RC em "Splish Splash" (63) ou "Roberto Carlos Canta para a Juventude" (65).
Aí vêm mais detalhes: a voz correta mas mirrada entra, na faixa de abertura, com um "retalhos de uma história mal resolvida" -sobre uma base que é puro "Detalhes" (71).
Ou seja, Rafael Brega (ops, Braga), anda perdido na vida. Isso não significa que ele não terá sua vez. Terá, como todo José Augusto ou Gilliard. Mas o histórico memorial de RC não merecia mais este adendo.

Disco: Rafael Braga
Preço: R$ 18, em média

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