São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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"As Priscillas de Presley" gritam
NELSON DE SÁ
"As Priscillas de Presley", apresentada na Jornada Sesc sobre "nova dramaturgia", está mais para uma brincadeira "camp", uma versão anos 90 de espetáculos "cult" anos 70, tipo "Rock Horror Show". Lembra, aliás, montagens recentes, também "camp", como "Bang Bang" ou "Pavilhão Japonês" ou, mais à distância, "As Beldades de 95", com todo o artificialismo sarcástico do gênero. Descaradamente montada às pressas, com direito a incontáveis erros de texto, "Priscillas" reúne quatro -belas- mulheres para brincar em torno de um tema, Elvis Presley, ou ainda, o homem, "o seu homem!". Na versão do programa, ambiciosa para além do resultado: mulher, depois de flagrar o adultério do marido, desliga-se do mundo. Com outras três, projeções dela mesma, "inicia um jogo que a libertará de seu desejo maior". Elvis. É engraçada, menos pela dramaturgia, de diálogos sem sentido e sem ritmo, para não falar da trama, do que pelas atrizes e pelo tom debochado. As bobagens da peça não têm fim, do gênero "marido, essa palavra é horrorosa", "nós (mulheres) temos o dom da oratória", "eu quero um Elvis que me coma!", "eu quero penetração!". A graça, na verdade, demora a dar as caras. Certa tensão das atrizes, que mostravam o espetáculo pela primeira vez, passou para a platéia, e foi preciso esperar para as brincadeiras funcionarem. Mas aos poucos Lavínia Pannunzio, Regina França, Luciana de Mello e a autora Ana Cláudia Zambianchi acertaram o tempo, e o final, com a chegada de Elvis, foi uma perfeita apoteose cômica. Evento: Jornada Sesc Peça: Não me Abandones no Inverno, de Avelino Alves (hoje e amanhã, às 21h) Onde: Teatro Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 256-2281) Quanto: R$ 6 Texto Anterior: Expo 96 lança o DVD Player Próximo Texto: "Cover" de Kathleen Battle canta em SP Índice |
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