São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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'Regionalismo sem-culpa' marca desfile
ERIKA PALOMINO
No primeiro dia dos desfiles, anteontem, a grande discussão foi sobre moda usável, performática, roupa de rua, roupa de passarela, o passional e o cool. Isso com os desfiles de Ronaldo Fraga e Carla Fincato. O da marca Retrós, sanduichado entre os dois, nem deveria estar ali. Fraga, abusando do "será-que-eu-uso" (como ele mesmo batizou suas peças) propiciou quase o mesmo deleite de suas galinhas do Phytoervas anterior. Demonstrou domínio técnico, por baixo da teatralidade dos personagens de sua família que batizam a colorida coleção. Crianças, tias loucas, grávidas, pais e tios galãs ganharam desdobramentos fashion. Viraram deliciosos baby-dolls em musseline de seda, ternos em panamá xadrez, marinheiros, camisas militares, colocando ainda o chamado look brechó -que é tendência- para trabalhar a seu favor. A riqueza e inteligência dos detalhes -decalques nos sapatos, meias falsas pintadas sobre a pele- impressionaram e conquistaram. Dona Valdelice, da tradicional lavanderia paulista Branca, arrancou aplausos, reconhecida pelo povo da moda presente na platéia. No fim da noite, Carla Fincato faz moda comercial e acessível. Toda jovem urbana -desde que magra- pode vesti-la. Ainda que visivelmente sob (natural) influência de sua mentora, Gloria Coelho, com quem trabalha há nove anos, Fincato mostra-se preparada para o mercado, em sua primeira coleção. Faltou a transgressão dos anos 70 em que se inspirou. Mais sexo, talvez. Texto Anterior: Prada justifica inspiração no passado Próximo Texto: BASTIDORES Índice |
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