São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Pálido, Ieltsin encontra o vice dos EUA

Presidente está bem, diz Al Gore

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Parecendo abatido e andando com dificuldade, o presidente da Rússia, Boris Ieltsin, 65, fez sua primeira aparição em três semanas ao se encontrar por 45 minutos com o vice-presidente dos EUA, Al Gore, em uma casa de repouso em Barvikha, na região de Moscou.
Eles se encontraram um dia depois que Ieltsin desmarcou um encontro com Al Gore uma hora antes do previsto para a reunião.
Apenas dois jornalistas estrangeiros puderam ter acesso ao encontro. Eles disseram que o presidente andava com dificuldade e parecia não estar se sentindo bem (leia nesta página).
O vice-presidente Al Gore disse que Ieltsin parecia saudável. "Acho que ele está relaxando e obteve um pouco do descanso de que precisa, mas me pareceu bem."
Segundo Serguei Medvedev, porta-voz do Kremlin, Ieltsin disse a Al Gore que se sentia "cansado" por causa da campanha eleitoral que o reelegeu presidente.
Não foi dada uma explicação sobre o incidente de anteontem, quando o presidente russo disse que "tiraria férias".
Ieltsin foi internado duas vezes com problemas no coração. Seus assessores atribuíram sua ausência desde 26 de junho a uma gripe.
O presidente da Polônia, Alexander Kwasniewski, demonstrou preocupação sobre o comando do Kremlin na ausência de Ieltsin.
"O fato de que hoje não está claro quem é o responsável pelo Kremlin é um problema, mas deve-se expressar esperança de que Ieltsin possa retomar o comando."
Brincadeira
Durante o encontro, Al Gore fez uma referência à campanha: expressou admiração pelas "técnicas de dança" de Ieltsin, referindo-se a apresentações de "twist" e de rock do líder russo. "São coisas que você aprende quando se candidata a um cargo", disse o presidente, após dar uma risada.
Sobre os assuntos discutidos, o vice-presidente afirmou que a Tchetchênia foi um deles, sem indicar quais teriam sido os outros.
"É justo dizer que ele acredita nas negociações e espera muito ver o fim dos combates."
As declarações vieram depois de o ministro do Interior, Anatoli Kulikov, acusar os separatistas por dois atentados que deixaram 33 feridos na semana passada.

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