São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Qualificativo impróprio; Apoio; Resistência à chantagem; Caipira; Falta de respeito; Humorismo; Parcialidade pacifista; Comparações desrespeitosas; Quadro desalentador

Qualificativo impróprio
"A Folha publicou, no dia 15 de julho, no primeiro caderno, na página 7, uma fotografia da festa de comemoração dos 80 anos do deputado federal Franco Montoro com a seguinte legenda: 'Festa para o ancião'.
Apesar de o 'Aurélio' dar vários significados à palavra ancião, inclusive 'homem muito velho e respeitável', causou muito espanto o qualificativo empregado, uma vez que o deputado federal Franco Montoro é um dos brasileiros mais produtivos, haja vista sua brilhante atuação na Câmara Federal.
Sua atividade, seu elã, sua participação na busca de soluções para os problemas do Brasil e da América Latina, caracterizam um político jovem, que com seus 80 anos está na plenitude de sua existência e utiliza sua sabedoria para a construção da democracia.
Lamentável que a Folha não tivesse usado um qualificativo mais representativo de tão ilustre cidadão."
Ana Maria Quadros, vereadora pelo PSDB (São Paulo, SP)

Apoio
"Em apoio ao artigo do deputado Hélio Bicudo ('Esterilização, aborto e homossexuais', de 30/6) e a todos os que como ele erguem a voz para rejeitar projetos que prejudicam a família, recordo recente pronunciamento da Assembléia Geral da CNBB que diz:
'Aos senhores parlamentares, apelamos que se oponham e votem contra os projetos de lei, em tramitação no Congresso Nacional, prejudiciais à instituição familiar, como os que ampliam os casos de despenalização do aborto, o que legaliza a união civil de pessoas do mesmo sexo e os que permitem a esterilização humana como método de planejamento familiar.
Por isso, votem em favor do veto presidencial parcial ao projeto de lei (nº 209/91) que veta justamente a esterilização humana como método de planejamento familiar'."
Raymundo Damasceno Assis, bispo, secretário-geral da CNBB -Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Brasília, DF)

Resistência à chantagem
"Gostaria que o ministro Jatene tivesse a mesma energia e disposição para convencer o governo FHC a destinar parte dos R$ 4 bilhões (bancos) à saúde. Usasse a mesma determinação para acabar com os desvios de verba do seu setor.
Portanto, sr. Luís Nassif, dignidade é se posicionar contra mais essa solução fácil do imposto 'injusto' (porque recai sobre todos, linearmente, sem progressão) e não ceder à chantagem governamental de que ser contra o imposto é ser contra a nação."
José Eduardo Seraphim, coordenador da Cives -Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania (São Paulo, SP)

Caipira
"O caipira ama sua família, seus filhos, sua terra natal, seu Estado de origem, sua pátria e tem uma confiança muito forte no futuro e nos destinos do seu país.
Temas como globalização não ocupam mesmo o universo desse homem generoso, ele deixa esses assuntos para os 'dotôs' da Sorbonne. Afinal, se o caipira não planta, o que os 'dotôs vão cumê'?"
Emerson José Menin (Brasília, DF)

Falta de respeito
"Resolvi escrever para repudiar a linha adotada nos últimos dias por este jornal. Não bastou a foto dos corpos de PC Farias e Suzana Marcolino? Não!
Ao abrir meu jornal em 11/7 deparei-me com a foto do corpo do garoto Vinícius sendo 'carregado' por funcionário do IML!
Onde está o respeito com o ser humano? Se eu ao menos assinasse o 'NP', entenderia, mas eu assino a Folha, ou será que não?"
Kátia Aparecida Guerreiro Santana (São Paulo, SP)

Humorismo
"Eu morro de rir ao ler jornais, ultimamente. Aquela da ex-ministra Zélia sobre o dinheiro que ganhou do primo rico-e-falecido-que-não-deixou-comprovante é hilariante!
E essa agora, envolvendo o tema rombo no Nacional, é de fazer cócegas! Vejo a relação dos 'bens declarados dos ex-administradores do Nacional' onde a nora do presidente faz referência, candidamente, a mobílias e objetos de uso doméstico, o que pressupõe artigos como facas, bacias plásticas, panelas de pressão etc."
Sílvia de Souza (Goiânia, GO)

Parcialidade pacifista
"Atribuído até então somente aos muçulmanos, hoje o terror é flagrante em toda parte.
Onde estão os 'pacifistas' católicos e protestantes do resto do mundo, que nessa hora se calam?
Onde estão os 'donos da verdade' de religiões outras, que acusam incessantemente o Islã e os muçulmanos de serem os introdutores e mantenedores do terror no mundo?"
Fernando Islam Al-Egypto (Rio de Janeiro, RJ)

Comparações desrespeitosas
"Valho-me do espaço para externar ao cronista Carlos Heitor Cony meus pêsames por consignar em seu artigo de 3/7 ('No plano da grande história') comparações e afirmações tão inoportunas quanto desrespeitosas envolvendo a figura impoluta de Jesus Cristo."
Ismael Gobi (Araçatuba, SP)

Quadro desalentador
"Faltam três anos para me aposentar! Foram 22 anos de muita luta e realizações. Como físico, trabalhei durante todo esse tempo em física médica (radioterapia).
Ainda durante esse tempo encontrei forças para fazer o mestrado e o doutorado. Desses 22 anos de trabalho, 20 foram vividos como servidor público no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.
No meu contracheque de maio/96 vemos a triste realidade! Recebo hoje um salário líquido de R$ 537,51! O salário-base contido nesse valor é de R$ 224,39!
Hoje recebemos um salário menor que o de servente (R$ 700) no Fórum de Ribeirão Preto (segundo o edital para o concurso de abril/96). Ainda segundo o mesmo edital, um oficial de Justiça (nível segundo grau) receberá um salário de R$ 2.000.
Como não vejo outra saída, me inscrevi e prestei o concurso para oficial de Justiça. Muitos outros profissionais e colegas do hospital prestaram o tal concurso.
É justo que um profissional com tantos anos de experiência, no final da sua 'carreira', deva abandoná-la para exercer, em outra área, uma outra função totalmente diferente daquilo em que se formou e se especializou?"
Rolando Fonseca Fernandes (Ribeirão Preto, SP)

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