São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Álbum não tem bossa
MARCELO RUBENS PAIVA
Tem sax barítono imitando Stan Getz? Tem, sim senhor. Tem uma voz feminina adocicada ao estilo Nara Leão? Mais ou menos. Tem piano? Tem um, com a sonoridade de fim de casamento. E tem um orgãozinho de derrubar batizado. Tem bossa? Nem aqui, nem em Paris. Os arranjos das músicas, creditados a Tom Jobim, lembram um merengue tocado por um estivador finlandês. Pelos créditos, Tom Jobim empresta sua voz e violão ao CD. Há uma voz masculina em apenas 2 das 11 músicas do disco, "Incerteza" e "Lamento", ambas de Jobim e Vinicius de Moraes. Não é Jobim cantando. Até um estivador finlandês, bêbado, é capaz de confirmar. E mais. O violão nervoso, cheio de floreios tem tudo de música flamenga e quase nada do espírito "cool", marca da bossa nova. Se a Interpol tiver interesse, os telefones da Kardum e da Night & Days, distribuidora do CD, estão na contracapa do mesmo. (MRP) Texto Anterior: Disco pirata de Tom Jobim invade lojas Próximo Texto: A banana foi a primeira medalha olímpica Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |