São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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O Super-César

LUIZ CAVERSAN
RIO DE JANEIRO _ FINALMENTE, UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL!

Chega de balas perdidas, mortes de turistas, sequestros a todo momento, o domínio de tráfico nos morros. Chega!
O prefeito César Maia já avisou a todos, bandidos principalmente, que será o próximo governador do Rio e vai acabar com a bagunça.
Os bandidos que se mudem, ameaçou.
Nada mais desejável que o fim da violência no Rio.
Pelo menos a extinção dos guetos de resistência armada em que se converteram as favelas, cujos moradores são reféns em suas próprias casas.
Mas o que temos é César Maia e mais um de seus factóides.
Coerente ao seu discurso de defensor da ordem pública, surge prematuramente como candidato ao governo do Estado usando como "escada" o problema que mais aflige a cidade.
Cidade, aliás, cuja vida, se não piorou muito em seu governo, deixou de melhorar quanto poderia.
Como acreditar que ele vai acabar com os bandidos se nem sequer conseguiu tirar os carros de cima das calçadas? (Sim, aqui as pessoas param os carros sobre as calçadas; sempre foi assim e assim continua).
Como vai aplacar a fúria dos traficantes se não consegue fazer com que os motoristas deixem de fechar os cruzamentos? (Sim, aqui ainda se fecham cruzamentos, como ocorria em São Paulo 15 anos atrás).
Como acabará com o trauma das balas perdidas, ele que traumatizou os moradores dos principais bairros da cidade com obras atabalhoadas, problemáticas e malfeitas, maquiagem urbana cujo objetivo maior é mantê-lo na mídia?
Mas para que se acredite em suas promessas de acabar com a violência só mesmo ele deixando o assumido papel de "prefeito maluco" e transformando-se no Super-César.

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