São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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PT avalia usar tragédia na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

O comando da campanha de Luiza Erundina está dividido sobre a utilização da tragédia em um alojamento de favelados mantido pela Prefeitura de São Paulo. "Não vamos especular com a tragédia", diz o deputado Pedro Dallari (PT).
Responsável pelos comerciais de TV da candidata, Celso Loducca acha que o tema tem que ser usado no programa de TV caso haja "indícios claros" de negligência da administração Paulo Maluf. "A população precisa saber quem foi responsável por isso", afirma.
"Se ele (Maluf) for o responsável, nós vamos responsabilizá-lo", diz Loducca. Ricardo Carvalho, responsável pelo programa de TV, discorda."Não vamos tocar nesse assunto. O julgamento será dado pelo povo, com o noticiário de TV."
No programa de ontem de Erundina não houve a menor referência sobre a tragédia, em que dez pessoas morreram queimadas -entre elas sete crianças. A equipe de TV da candidata petista chegou a gravar cenas do local.
Mas a própria Erundina discordou da utilização das cenas da tragédia no programa de TV. O fato é que os petistas vão aguardar o tratamento que Maluf dará ao acidente no programa de TV de Celso Pitta, seu candidato a prefeito.
"Vai depender muito do que o programa de Pitta vai dizer. Se aparecerem mentiras, vamos avaliar novamente", diz Carvalho. Pedro Dallari promete respostas caso Maluf queira "converter a tragédia em instrumento político".
"Nós não tomaremos a iniciativa de levar a tragédia para a TV", afirma. Jilmar Tatto, coordenador da campanha, diz que Maluf poderia ter evitado a tragédia.
"Bastaria que tivesse feito mais apartamentos do Cingapura e gastado menos com publicidade do mesmo Cingapura", diz.

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