São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Unicef diz que governo deve combater prostituição infantil

A diretora Carol Bellamy sugere verba para saúde e educação

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diretora-executiva do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Carol Bellamy, disse ontem em Brasília que o governo brasileiro deve concentrar seus esforços no combate à prostituição, trabalho infantil e violência policial contra menores. Segundo Carol, essas são as áreas em que o país comete mais abusos contra crianças.
"A prostituição e o trabalho infantil são consequência da pobreza e da desigualdade de renda. Por isso, precisam ser combatidos."
A diretora-executiva do Unicef elogiou os avanços obtidos no combate à mortalidade infantil, principalmente no Nordeste.
"Fiquei impressionada com os avanços. Mas não dá para relaxar."
Carol sugeriu que, daqui para a frente, o governo federal direcione seus recursos para a melhoria das condições de saúde de adolescentes (principalmente meninas grávidas) e para a educação.
Segundo ela, o número de mães que morrem em decorrência do parto e da gravidez ainda é muito grande no Brasil, e seu combate deve ser encarado como prioridade pelo governo. Diariamente, 11 mulheres morrem no país devido a problemas no parto e gestação.
Brasil como modelo
Carol veio ao Brasil para visitar programas financiados pelo Unicef na Bahia e em Minas Gerais. Também participou de reuniões com governadores e com o presidente Fernando Henrique.
Ontem, a diretora se encontrou com a primeira-dama Ruth Cardoso e os ministros Nelson Jobim (Justiça) e Adib Jatene (Saúde).
Jobim apresentou o relatório que o Brasil levará à 3ª Reunião da Infância e Política Social, que reunirá amanhã e sexta-feira em Santiago (Chile) ministros de Estados de toda a América Latina e Caribe.
O objetivo da reunião do Chile é avaliar se os países estão cumprindo as metas estabelecidas na Convenção sobre os Direitos da Criança, que até setembro de 1995 havia sido ratificada por 179 países.
Segundo ela, o Brasil deve ser citado como bom exemplo de parceria entre ONGs (organizações não-governamentais) e governo federal no atendimento às demandas da área social.
"Nesse quesito, acho que o Brasil pode servir de exemplo não só para a América Latina, mas para o mundo todo", disse Carol.

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