São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Horário de verão pode ser antecipado

Eletrobrás quer prevenir blecautes

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Eletrobrás propôs ontem quatro medidas para evitar possíveis blecautes na região Sudeste, durante os picos de consumo de energia elétrica (entre as 18h e as 19h) em outubro, quando termina o período de estiagem. Nenhuma das medidas está confirmada.
A primeira providência seria negociar com as 50 empresas de maior consumo de energia da região a troca do horário de produção. As indústrias deixariam de produzir no horário de pico para produzir de madrugada, quando o consumo é menor. Em troca, a Eletrobrás estuda a redução da tarifa de madrugada.
Para funcionar nesse horário, os empresários teriam que pagar aos funcionários o adicional noturno, o que atrapalhará as negociações.
Outra medida seria um adicional de 300 megawatts na produção da usina hidrelétrica de Itaipu. A usina tem 18 geradores e, normalmente, dois param no horário de pico. No mês de outubro, Itaipu funcionaria com 17 máquinas.
Mas não se sabe se esse procedimento é viável tecnicamente. O próprio diretor de operações da Eletrobrás, Mário dos Santos, disse que, há um ano, Itaipu vem funcionando no seu limite máximo de produção.
A Eletrobrás espera que, entre 15 e 22 deste mês, a usina de energia nuclear Angra 1 volte a funcionar.
Antes porém, o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) tem que terminar de construir um desvio na estrada Rio-Santos, para que a população possa se deslocar, em caso de acidentes.
A última providência seria a antecipação para a primeira semana de outubro do horário de verão, que, normalmente, começa dia 15 de outubro. O presidente da Eletrobrás, Firmino Sampaio, disse que o GCOI (Grupo de Coordenação Operacional Interligada) já fez o pedido ao Dnaee (Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica). Amanhã, as diretorias da Eletrobrás e do Dnaee se reunirão para discutir a questão.
"Essas providências são para evitar carência em partes do sistema e para que não haja risco", disse Firmino Sampaio.
O maior problema da produção de energia, segundo a Eletrobrás, é a queda nos reservatórios de água, causada pelo período de estiagem.

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