São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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CNI prevê novo déficit na balança comercial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Fernando Bezerra, disse ontem que entidade espera déficit na balança comercial em julho, entre US$ 200 milhões e US$ 400 milhões.
"Estamos revendo nossas expectativas para o resultado no ano. Esperávamos um superávit, mas agora achamos que vai ocorrer algo diferente", disse Bezerra.
Segundo ele, junho e julho costumam registrar resultados mais positivos do que o resto do ano. Como julho poderá repetir o resultado deficitário de junho, a CNI preferiu rever suas expectativas.
Bezerra atribui aos resultados negativos uma suposta desvalorização do dólar frente ao real "superior a 15%".
"O governo tem como financiar o déficit deste ano, pois está entrando capital produtivo no país, e as reservas são de R$ 60 bilhões. Mas um déficit alto pode sinalizar a deterioração na balança do ano que vem", disse o chefe do departamento econômico da CNI, José Guilherme Reis.
Queda nas vendas
Em junho, a indústria registrou queda de 4,1% nas vendas para o comércio, comparadas com as do mês anterior, segundo boletim de indicadores industriais divulgado ontem pela CNI.
Se for considerado que em junho houve um menor número de dias úteis, a queda é ainda maior: 6,95%.
"Mesmo com essa queda em junho, a situação no trimestre foi boa. Estamos registrando uma recuperação em cada trimestre", disse Reis.
Segundo ele, a tendência é que as vendas voltem a crescer daqui para o final do ano, embora existam informações preliminares de que as vendas para o comércio também não foram boas em julho.
"Os juros estão menores, o crediário foi esticado, e a campanha eleitoral vai aquecer o mercado", disse.
O informativo da CNI também indica a estabilização do pessoal empregado na indústria, que caiu apenas 0,04% em relação ao mês anterior.
Desde o segundo trimestre do ano passado a CNI vinha registrando queda no pessoal empregado.

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