São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Patrocinador aparece após prata e choro

Jogadoras obtêm emprego

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A choradeira da ala Janeth deu resultado. Na chegada a São Paulo, a jogadora da seleção de basquete recebeu a notícia de que está empregada.
A Polti/Vaporetto anunciou ontem que irá patrocinar a equipe de basquete feminino de Santo André, na qual atuam Janeth e Leila, pivô da seleção.
"Foi vapt vupt. Chorei, esperneei e não estou mais no olho da rua", comemorou Janeth.
Na véspera, a jogadora reclamara da situação do basquete feminino no país. Com a desistência da Lacta em patrocinar o basquete de Santo André, o time corria o risco de extinção.
"Não sou de chorar por qualquer coisa, mas era um absurdo ganharmos prata e ficarmos desempregadas."
O patrocínio do time de Janeth e Leila terá duração de uma temporada. As duas devem assinar contrato até sexta-feira. Na seleção, ganhavam R$ 1.500,00 mensais.
NBA
Segundo a Confederação Brasileira de Basquete, a NBA, liga profissional de basquete dos Estados Unidos, mostrou interesse em quatro brasileiras para a temporada 97.
Paula, Hortência, Janeth e Marta devem receber propostas para atuar na liga norte-americana de basquete feminino em 97.
Hortência, porém, já disse que encerrou a carreira. "Mesmo que me convidem, não vou. Vou me dedicar a minha família."
A posição de Paula é diferente. Apesar de não pretender jogar mais na seleção, continuará jogando em clubes.
"Não estou mais em idade de ficar tendo aventuras", afirmou. "Mas se a proposta for muito boa, vou estudar. Ainda não digo 'yes', mas também não digo 'no'."
Janeth e Marta ficaram satisfeitas com o interesse dos norte-americanos. "Seria uma honra jogar nos Estados Unidos, mas isto é assunto para o ano que vem", comentou Janeth.
Premiação
A Confederação Brasileira de Basquete ainda não decidiu se dará prêmios às jogadoras pela conquista da medalha de prata em Atlanta.
"Não tínhamos combinado nada sobre prêmios", disse Janeth. "A confederação até pode resolver nos dar alguma coisa, mas se não der, tudo bem. O meu prêmio já foi o emprego."
Hortência é outra que não faz questão de premiação. "Não gosto deste assunto. Para mim, o maior prêmio foi a medalha. O resto não importa."
Após a chegada do time a São Paulo, as jogadoras desfilaram em carro aberto do Corpo de Bombeiros, passando pela marginal Tietê e avenidas Tiradentes, 23 de Maio, Paulista, Rebouças e Brasil.

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