São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996 |
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"A Firma" sabe distrair
INÁCIO ARAUJO
Lá pelas 3h da manhã, quando acaba, já dá para estar dormindo, ou para ter esquecido tudo. Mas, enquanto dura, é um "filmão", do tipo que não tem erro: não corre riscos, não levanta grandes vôos, não passa vergonha. O filme de risco do dia é o brasileiro "Menino do Rio", que entra na Fox às 23h30. Antonio Calmon fez ali uma homenagem à geração surfe, isto é, a um modo de vida que se estabeleceu entre a garotada da época, e que era fundamentalmente incompreendido pelos que estavam de fora. É um trabalho que se poderia definir quase como antropológico. A tentativa de observar e compreender um sistema em princípio exterior a nós. A palavra talento não é a que melhor define o trabalho de Antonio Calmon, embora não seja possível se passar dela. Mas o que sustenta o conjunto é a atenção e mesmo o carinho com que Calmon trata seus personagens. No mais, este é um filme contra a corrente de sua época. Nem político, nem erótico. Não se procura problematizar nada. É um cinema do "dar a ver". Parece fácil, mas não é. A sensação de facilidade é, na verdade, prova de que foi bem-sucedido. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Publicitários fazem 'política da política' Índice |
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