São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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Doador passa por 33 exames

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Doador de sêmen tem de passar por uma peregrinação. O Hospital Albert Einstein realiza 3 baterias de 11 exames -semanas antes da doação, no dia e seis meses depois.
O motivo de todo esse cuidado é a Aids. O HIV pode ser transmitido pelo sêmen. São feitos também exames de hepatite A, B e C e de doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, os bancos de sêmen não podem pagar nada ao doador. Na prática, quase todos pagam ajuda de custo, que varia de R$ 50 a R$ 100. O pagamento é a garantia de que o doador voltará seis meses depois para novos exames.
O Einstein, que tem o maior banco de sêmen do país, oferece hoje cerca de cem opções para compradores de sêmen.
A escolha é feita pelo tipo sanguíneo, origem étnica, cor da pele, do cabelo e dos olhos, altura e peso.
O hospital tem espermatozóide de judeus, muçulmanos, católicos e espíritas. Entre as profissões, há de mecânico a PhD. em economia.
A veterinária Vera Beatriz Feher Brand, 34, diretora do banco de tecidos do Einstein, diz que "não usaria sêmen de uma clínica brasileira" porque não sabe como é feito o controle.
Ela não pode recorrer ao Einstein porque conhece os doadores e a norma brasileira prevê sigilo.
A falta de confiança não tem sentido, segundo o ginecologista Dirceu Henrique Mendes Pereira, 53, especialista em reprodução.
"O brasileiro não confia nele mesmo. Há muita seriedade nas clínicas brasileiras. Falta fiscalização, mas isso acontece em todas as áreas"
(MCC)

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