São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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TRECHOS

Se algum dia houve um Leonardo da Vinci do jornalismo, certamente foi Carr Van Anda, que chegou ao "The New York Times" como secretário de redação em 1904 e, durante mais de 20 anos, empilhou uma descoberta investigativa atrás da outra, um furo após o outro, produzindo uma reputação de onisciência do "Times" que fez o mundo particularmente intolerante aos escorregões do jornal.
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Marylin Monroe parou o trânsito e as notícias no terceiro andar mais do que qualquer disputa trabalhista conseguiria. Homens correram, de olhos estatelados, de suas mesas para ver a deusa das telas pisar nos restos de papel (foi uma cena em que homens fortes provaram ser fracos, e que não se repetiu até a visita de Robert Redford, alguns anos depois, levando repórteres duronas e feministas declaradas a um semicômico frenesi de abanos).
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A cobertura de notícias internacionais no período após a Guerra Fria era concebida para estimular discussão. Era quase como uma ruminação filosófica sobre o que havia acontecido, um documento que poderia ser um artigo da edição de domingo por si próprio. Ela ainda servia como uma rara e direta janela de pensamento que acaba criando as políticas e estratégias do "Times", escreveu o editor de internacional Bernar Gwetzman em 1992
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Arthur Hays Sulzberg, tendo criado as palavras cruzadas, era um dos mais assíduos leitores e um dos mais persistentes críticos da seção. Um dia ele disse ao responsável pela seção: "Tenho o hábito de fazer as palavras cruzadas, meus olhos estão ficando ruins, não consigo enxergar nada e estou inclinando a achar que o passatempo é muito difícil. Por outro lado, qual é o objetivo de palavras cruzadas?"

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