São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996 |
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Pescador reconhece filho sumido em 92
MÔNICA SANTANNA
O menino estava registrado em Manaus com o nome de Diogo Rodrigo Moreira e morava com a vendedora Socorro Auxiliadora Araújo Costa, que diz tê-lo encontrado na rua. "Não tenho dúvidas de que se trata de meu filho Leandro. Vamos fazer o exame de DNA porque a Justiça de Manaus pediu e é a atitude correta. Não tenho pressa." Bossi pôde viajar com Leandro porque o juiz Antonio Celso Gioia, de Manaus, concedeu um termo de guarda e responsabilidade até que o exame de DNA confirme se o menino é ou não seu filho. "Caso não seja meu filho, eu já disse ao juiz que vou adotá-lo", disse Bossi. Cartaz de desaparecidos Ele afirmou que foi procurado no último dia 8, em Guaratuba, por PMs que traziam uma foto de um menino. "Quando vi a foto eu disse que era o Leandro." A foto foi enviada pela PM de Manaus, depois que Socorro Costa viu uma foto de Leandro num cartaz de crianças desaparecidas. O coronel Antonio Ribas, da 5ª seção da PM, disse que as semelhanças são grandes. "Ele é loiro, tem olhos claros e se parece fisicamente com o senhor João." Ribas disse que Bossi foi reconhecido por Leandro assim que chegou à casa de Socorro Costa. "Ele correu em minha direção, me abraçou e começou a chorar", afirmou o pescador. Leandro disse que passou por duas famílias antes de ser recolhido por Socorro. "Apanhei muito", afirmou Leandro, mostrando as marcas na mão e chorando. Pai-de-santo O advogado Antonio Figueiredo Basto disse ontem que quer explicações do comando-geral da PM e da Secretaria da Segurança Pública sobre a acusação da morte de Leandro Bossi feita aos seus clientes -o pai-de-santo Osvaldo Marcineiro, Davi dos Santos Soares e Vicente de Paula Ferreira. "Os três disseram que fizeram essa confissão porque haviam sido torturados, e agora o Leandro reaparece vivo", disse Basto. Ele pretende entrar na Justiça com novo pedido de habeas corpus em favor dos três. Na época, a PM negou a prática de tortura. Os três estão presos há quatro anos, acusados de matar o menino Evandro Ramos Caetano num suposto ritual de magia negra. O crime ocorreu em Guaratuba, dois meses depois do desaparecimento de Leandro Bossi. O atual comandante geral da PM Daniel Maingue, não quis comentar ontem o assunto. Texto Anterior: Moradores vão equipar polícia Próximo Texto: CRONOLOGIA Índice |
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