São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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O relatório do SNI

(Nelson Rockefeller) iria conversar em particular com o presidente Costa e Silva e sem fazer referência a vítimas específicas da repressão. Isso teria sido um insulto ao general, que apenas dois anos antes havia sido saudado tão esperançosamente como presidente eleito quando homenageado num almoço do Conselho para a América Latina oferecido pelo irmão de Nelson, David.
Em lugar disso Nelson ouviu de Costa e Silva uma aula sobre segurança nacional e recebeu um relatório redigido pelo SNI, a polícia secreta do regime. Nelson, por sua vez, iria entregar o relatório ao presidente Nixon, mantendo sigilo quanto a seu conteúdo. Ele dependeria de seus assessores políticos mais próximos no Brasil, Walter Moreira Salles e Berent Friele, para manter contato com o SNI. E essa confiança não era desmerecida. Em setembro Friele lhe tranquilizaria, explicando que Moreira Salles estivera 'com o mesmo jovem e dedicado oficial do Exército no SNI com quem eu mesmo venho mantendo contato e que escreveu o relatório que lhe foi entregue pelo presidente Costa e Silva. (...)'. Ao que parecia, a polícia secreta brasileira fazia melhor idéia do que Nelson iria recomendar ao presidente dos Estados Unidos do que o próprio povo norte-americano."

Trecho extraído de "Thy Will Be Done".

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