São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Recurso de Collor será julgado hoje

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O recurso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que é acusado pela Receita Federal de sonegar de US$ 6 milhões a US$ 8 milhões em impostos, está marcado para ser julgado hoje pelo Conselho de Contribuintes.
Trata-se da mesma entidade que inocentou de acusação similar o ex-deputado João Alves, envolvido no escândalo do Orçamento, há três anos. Segundo estimativas, esse esquema de corrupção na elaboração do Orçamento pode ter gerado rombo de US$ 30 milhões.
Julgamento
O julgamento de Collor vem sendo adiado desde abril por recursos da defesa, que chegou a incluir 730 páginas de um acórdão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o tema em junho.
"Espero que, dessa vez, o julgamento não seja adiado. Eu nunca pedi adiamento", afirmou o advogado de defesa do ex-presidente, Fernando Neves da Silva.
A Receita mantém as informações do processo em sigilo.
Doações
A Folha apurou que Collor responde pela sonegação do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) que incidiria sobre doações para sua campanha eleitoral em 1989.
Silva disse à Folha que vai argumentar que nenhuma doação pode ser tributada.
Essa tese, informou ele, tem o respaldo do STF.
Confiante na condenação do ex-presidente, a Receita Federal enviou à Procuradoria Geral da República representação por crime de sonegação fiscal contra Fernando Collor.
Recurso
Se o ex-presidente for condenado pelo Conselho de Contribuintes, a Procuradoria poderá denunciá-lo imediatamente à Justiça.
O ex-presidente terá 30 dias, a partir da publicação do acórdão no "Diário Oficial" da União para apresentar recurso ao Conselho Superior do Conselho de Contribuintes ou pagar a dívida.

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