São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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PSDB aposta mais onde tem chance

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com chances de vitória reduzidas em São Paulo, a direção do PSDB pretende agora reforçar as campanhas em capitais onde o partido tem melhor desempenho, como Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ).
Esse será o tema principal da reunião da Executiva Nacional do partido hoje, em Brasília. Os dirigentes querem levar lideranças tucanas para palanques do partido nas capitais e cidades médias.
Segundo levantamento da Executiva, Roberto França lidera as pesquisas em Cuiabá e Nion Albernaz lidera em Goiânia. Sérgio Cabral teria boas chances no Rio e Carlos Simões, em Curitiba.
Candidatos que lideram a pesquisa em cidades de porte médio estariam abandonados pela cúpula partidária, avaliam os membros da Executiva. Este é o caso de Sebastião Madeira, candidato a prefeito de Imperatriz (MA).
Os membros da Executiva consideram que a eleição em São Paulo merece atenção especial, pela repercussão do resultado. Mas entendem que o resto do país não deve ser esquecido.
Consciente das dificuldades nas capitais, o PSDB enfatiza agora o seu projeto nacional, que prevê elevar de 513 para 1.100 o número de prefeitos nestas eleições.
Para atingir este número, espera vencer em 300 prefeituras em Minas Gerais, 200 em São Paulo e 100 no Ceará.
Planta e colhe
O primeiro-secretário da Executiva, deputado Ubiratan Aguiar (CE), disse que o resultado da eleição presidencial, em 98, depende do desempenho nas eleições municipais deste ano.
"Se não tivermos bases bem fincadas agora, dificilmente vamos ter bom resultado em 98. O que plantamos hoje, vamos colher em 98", afirmou Aguiar.
Em reunião realizada com a bancada tucana no final de março, o ministro Sérgio Motta (Comunicações) já anunciava que as eleições municipais seriam fundamentais para o projeto de longo prazo do partido.
Naquela reunião, Motta foi otimista: "Não temos nenhuma perspectiva de crise até a eleição. O cenário é de absoluta tranquilidade, extremamente favorável".
Em abril, quando estava em jogo a sucessão na direção do partido, a cúpula tucana estabeleceu uma meta para o futuro presidente: eleger 700 prefeitos em 3 de outubro. O senador Teotônio Vilela (AL) foi eleito presidente nacional.
Depois, Motta chegou a ser pressionado pela cúpula do partido a concorrer à Prefeitura de São Paulo. Não aceitou o convite e deixou a vaga para o senador José Serra, que ocupa o quarto lugar na disputa, segundo pesquisa Datafolha publicada no dia 14.

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