São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996 |
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Mobilização assusta, afirma antropólogo
CRISTINA GRILLO
"Quando se cria um movimento como esse, é deflagrado um potencial de mobilização que assusta os governos. Foi o que aconteceu no Rio. Eles acharam que éramos contra e não que queríamos ajudar", disse Fernandes. Para o antropólogo, a "habitual carência de propostas bem-intencionadas" levou à desconfiança e ao "desperdício de energia". "Isso criou uma divisão que impediu que o movimento rendesse muito mais", afirmou Fernandes, lembrando as declarações contrárias ao movimento feitas pelo governador Marcello Alencar e pelo prefeito César Maia na época em que o Viva Rio organizou a passeata "Reage Rio", em novembro do ano passado. Outro desafio, para o antropólogo, é manter a desvinculação partidária do movimento. "Não temos vinculação com nenhuma corrente política. Não somos de esquerda, nem de direita, mas pessoas interessadas na melhoria de nosso espaço comum." Para chegar a esse apartidarismo, o movimento mistura em sua comissão coordenadora empresários, economistas, líderes comunitários e sindicais. Com isso, segundo o antropólogo, é possível chegar a um equilíbrio. "A grande inovação é conseguir reunir empresários e líderes populares com um objetivo comum." Direitos humanos Dessas discussões, Fernandes afirma que surgiu a certeza de que não se pode separar a questão da segurança pública da de direitos humanos. "Alguns setores querem levar a discussão apenas para o lado da segurança. Já os ativistas dos direitos humanos só se preocupam com este aspecto. Já estamos maduros o bastante para dar um passo adiante e perceber que é preciso ter segurança com respeito aos direitos humanos", disse. Texto Anterior: Conjunto Nacional adere a pedido de paz Próximo Texto: Números da violência Índice |
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