São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Garagista vai desmentir Paula Thomaz

Manobrista vai depor no julgamento

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Os promotores do caso Daniella Perez usarão o depoimento do garagista Cesarino Manoel do Nascimento na tentativa de desmoralizar o álibi da acusada Paula Thomaz no julgamento do dia 28.
Paula diz que ficou no centro de compras Barrashopping das 14h às 21h30 de 28 de dezembro de 1992, data do assassinato da atriz. O garagista diz que viu Paula sair de casa no início daquela noite.
Paula e o ex-marido, Guilherme de Pádua, serão julgados no 1º Tribunal do Júri. Eles são acusados pela morte de Daniella.
No dia seguinte ao crime, Pádua confessou ter matado a atriz, sua colega no elenco da novela "De Corpo e Alma", da Rede Globo. Paula nunca confessou, apesar de estar presa desde o início de 93.
Nos depoimentos que prestou, Paula afirma que, no dia 28, passou sete horas e 30 minutos passeando pelo Barrashoping.
A acusada diz que foi ao centro de compras com o objetivo de examinar roupas e objetos para recém-nascidos. Ela estava grávida de Felipe, hoje com 3 anos.
O depoimento do garagista derruba as explicações de Paula, afirmam os promotores José Piñeiro Filho e Maurício Assayag.
Nascimento trabalhava havia 12 anos no prédio em que Paula e Pádua moravam, na rua Júlio de Castilhos (Copacabana, zona sul do Rio). No edifício, também moravam os pais de Paula, Maria Aparecida e Paulo de Almeida.
Em depoimento prestado em 4 de janeiro de 1993 ao presidente do inquérito policial, delegado Cidade de Oliveira Fontes Filho, o garagista diz que Paula só saiu de casa quando começava a anoitecer.
Nascimento diz no depoimento que Paula saiu com o marido no Santana do pai. Segundo ele, Paula carregava um lençol e um travesseiro, colocados no porta-malas do carro por Pádua.
Nascimento afirma que o casal só voltou para casa na madrugada seguinte, por volta das 2h. O Santana parecia ter sido lavado momentos antes, disse o garagista. O advogado de Paula, Carlos Eduardo Machado, diz que o depoimento de Nascimento é mentiroso.
Em texto de defesa apresentado ao Tribunal de Justiça, o advogado qualifica Nascimento como "um pobre homem que, deslumbrado com a notoriedade momentânea, talvez até influenciado pelo clima circense criado em torno do caso, mentiu livremente acreditando poder dar vazão a seus devaneios".
A defesa afirma que Nascimento é desmentido por outros depoimentos recolhidos durante o decorrer do inquérito.

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