São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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BH faz "arrastão cívico de educação"

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Cerca de 600 voluntários participaram ontem em três bairros da zona leste de Belo Horizonte (MG) do primeiro "arrastão cívico pela educação". A mobilização é parte do Pacto de Minas pela Educação.
O arrastão tem a finalidade de descobrir crianças que estão fora da escola ou que estejam com desempenho fraco, com risco de repetir o ano letivo.
Os voluntários visitaram cerca de 9.000 casas dos bairros Sagrada Família, Horto e Instituto Agronômico. Em cada casa foi preenchida uma ficha que identifica se naquela casa existem crianças em idade escolar e se ocorrem eventuais problemas com elas na escola.
A partir desse levantamento, as cerca de 20 associações e entidades envolvidas com o trabalho -incluindo o Conselho Tutelar e o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente- buscarão meios de ajudar as famílias com problemas, para que as crianças não só frequentem as escolas, mas tenham melhor desempenho.
"É um trabalho de cidadania, pelo qual cada um dá o seu amor pela educação", disse Isaac da Silva, presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos de Escolas Públicas de Minas Gerais.
Soluções
Silva disse que, identificados os problemas, as entidades buscarão as soluções junto à iniciativa privada e também junto à comunidade da região.
"Se uma criança está fora da escola por falta de material escolar ou uniforme, vamos resolver esse problema", afirmou.
Segundo ele, as associações e entidades envolvidas com o arrastão vão também, com a participação dos voluntários da região, organizar aulas de reforço para as crianças que estejam com dificuldades em determinadas disciplinas.
Os organizadores pretendem organizar um segundo arrastão ainda este ano em Belo Horizonte.
Evasão
O Pacto de Minas pela Educação foi lançado no Estado em janeiro de 94 pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e tem atuado em 200 municípios mineiros, sendo que em 14 deles conseguiu zerar a evasão escolar.
"Temos como meta eliminar a evasão e a repetência", disse Demósteles Romano, da secretaria executiva do pacto.
Romano afirmou que, na cidade de Campos Altos, o índice de repetência caiu para 1,6% e que 30 escolas da cidade de Patos de Minas conseguiram zerar a repetência. As duas cidades estão na região do Alto Paranaíba.
Segundo ele, o índice médio de repetência no país (crianças que repetem pelo menos um ano letivo), de acordo com dados do Ministério da Educação, é de 50%.

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