São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Bamerindus terá lucro de até R$ 30 mi

CARI RODRIGUES
GUSTAVO PATÚ

CARI RODRIGUES; GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diretoria do Banco Central reúne-se com principal executivo do banco, Marcos Jacobsen, em São Paulo

A reforma patrimonial do Bamerindus, com a incorporação da seguradora do grupo, permitirá que o banco apresente um pequeno lucro no balanço a ser divulgado amanhã.
Segundo a Folha apurou, o resultado do banco no primeiro semestre será positivo, entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões.
Não é um valor alto para um banco do porte do Bamerindus, que no passado contabilizou lucro de R$ 99,6 milhões.
Hoje, o balanço será encaminhado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e amanhã será publicado na imprensa, de acordo com as informações do Bamerindus, em Curitiba (PR).
O banco do ex-ministro da Agricultura e senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR) deveria ter apresentado o balanço até o último dia 15.
Para poder incorporar os efeitos da reforma patrimonial, o Bamerindus está pagando uma multa diária à CVM por atraso na entrega do balanço.
Embora só tenha sido anunciada em julho, a reestruturação do Bamerindus produzirá efeitos no balanço do primeiro semestre graças à autorização do BC (Banco Central).
Pela operação, os créditos ruins do banco foram passados à holding que controla o grupo. A Bamerindus Seguros, que teve superávit de R$ 47 milhões em 1995, foi incorporada pelo banco.
Essas trocas foram registradas nas empresas do grupo Bamerindus no mês de junho -mas só no mês seguinte receberam o aval do BC.
Negociações
Ontem, enquanto o Bamerindus anunciava que o balanço já estava pronto, o presidente do BC, Gustavo Loyola, se reunia com o executivo de confiança de Andrade Vieira, Marcos Jacobsen, que é diretor da holding do grupo.
A reunião foi na sede regional do BC em São Paulo. Também estavam presentes os diretores de Fiscalização, Cláudio Mauch, e de Normas, Alkimar Moura.
Foram chamados às pressas a São Paulo técnicos da área de fiscalização e de intervenção do BC.
O BC informou que a permanência do presidente e dos diretores da instituição em São Paulo era para uma reunião rotineira. Loyola, Mauch e Alkimar costumam estar em Brasília na segunda-feira.
O presidente do Conselho de Administração do Bamerindus, Maurício Schulman, também passou o dia de ontem em São Paulo. Ele não foi encontrado pela Folha durante todo o dia.
Segundo o banco, Schulman deve se pronunciar amanhã sobre o desempenho do banco depois da reestruturação patrimonial.

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