São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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EUA e Cuba trocam expulsão de enviados

Americana é acusada de espionagem

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cuba ordenou a expulsão de uma diplomata americana, e os EUA retaliaram expulsando também um funcionário da missão diplomática cubana no país.
Glyn Davies, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, disse que a diplomata americana se chama Robin Meyer.
Ela fazia parte da seção político-econômica da missão diplomática dos EUA em Cuba. Meyer seria a responsável pela questão dos direitos humanos na ilha.
Espionagem
Davies disse que Cuba acusou Meyer de "atividades incompatíveis com seu status diplomático", um eufemismo que somente é usado nos casos de espionagem.
Em represália, os Estados Unidos disseram ter revogado o visto de José Luis Ponce, porta-voz da missão cubana em Washington. O enviado cubano tem uma semana para sair do país.
Ponce trabalha na missão de Cuba na capital dos EUA há vários anos. Segundo um funcionário americano, Ponce era ideal para sofrer a represália, pois já era suspeito de espionagem.
Estados Unidos e Cuba não têm relações diplomáticas desde o início da década de 60.
A partir do final dos anos 70, os dois países passaram a ter missões diplomáticas conhecidas como Seções de Interesses.
Apesar das relações ruins entre os países, a expulsão de membros das missões é rara. Uma delas ocorreu em 1981, quando os Estados Unidos expulsaram um cubano acusado de violar o embargo econômico dos EUA a Cuba.
Helms-Burton
O Grupo Domos de telecomunicações, de origem mexicana, pode ser banido dos EUA por estar violando a lei Helms-Burton.
O anúncio foi feito ontem pelo Departamento de Estado americano. O grupo terá 45 dias para "rever" seu contrato. A lei prevê punições a empresas estrangeiras que têm bens em Cuba que pertenceram a americanos antes de 1959.

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