São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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BC faz aumentar a base monetária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As mudanças promovidas pelo governo nos empréstimos do Banco Central aos demais bancos fizeram o volume de recursos liberados chegar a R$ 4,466 bilhões em julho, um recorde desde julho/94.
Essas liberações contribuíram para o maior crescimento mensal registrado, neste ano, no volume de dinheiro que circula na economia do país (base monetária).
O aumento foi de 11,54%, de junho para julho: cresceu de R$ 16,807 bilhões para R$ 18,748 bilhões, o que corresponde a uma variação de R$ 1,941 bilhão.
Com condições mais favoráveis de juros e prazos, os bancos recorreram mais à chamada linha de redesconto, que se tornou também o principal fator de aumento da dívida federal no mês passado.
Sempre que o BC libera recursos ao mercado, é obrigado a vender títulos no mercado para retirar o excesso de moeda da economia, evitando pressões inflacionárias.
A dívida federal em títulos aumentou R$ 6,191 bilhões de junho para julho -de R$ 154,287 bilhões para R$ 160,478 bilhões, ou 4,012%.
Reversão
Entretanto, o aumento da dívida provocado pelo socorro aos bancos pode ser revertido. É que, segundo as regras do BC, os bancos recorrem ao redesconto entregando títulos federais em garantia.
Em julho, foram entregues R$ 3,675 bilhões em títulos. Ou seja, se os empréstimos não forem pagos, o BC se apropriará dos papéis, e a dívida federal cairá.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, as operações de redesconto não se destinam somente a bancos com dificuldades.
"Os bancos que têm excesso de títulos podem oferecê-los como garantia para pegar empréstimos do redesconto e fazer pequenos ajustes de liquidez ou emprestar no mercado", afirmou.
A partir de julho, os bancos detentores de títulos públicos federais pagam apenas a TBC (Taxa Básica do BC). Antes, pagavam juros de até 10% ao ano acima das taxas básicas do mercado.
Recursos do Proer
Esses não foram os únicos recursos liberados aos bancos em julho. Do Proer, o programa oficial de incentivo às fusões bancárias, saiu mais uma linha de crédito para o Banco Econômico.
O valor total da linha do Proer foi de R$ 414 milhões, dos quais R$ 244 milhões foram utilizados para pagar dívidas anteriores junto ao Banco Central. Ou seja, dos cofres do BC saíram R$ 170 milhões.

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