São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996 |
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Skank e Paralamas salvam MTV Video Music Brasil do tédio
MARISA ADÁN GIL
O Skank, com dois prêmios -melhor clipe pop e escolha da audiência (o mais cobiçado, que levará o grupo a Nova York)-, conseguiu, com sua alegria, quebrar o tédio da cerimônia. O show do grupo de Belo Horizonte levantou o ânimo do público, jogado nas cadeiras do auditório. "Tá no ar, cara!". No palco, Herbert Vianna tentava convencer seus parceiros Bi Ribeiro e João Barone de que os Paralamas (vencedores nas categorias edição, direção e clipe do ano) já estavam no ar, sem nenhuma apresentação ou aviso. O humor da situação, involuntário, foi o único que realmente funcionou. Com um elenco de primeira linha -todos os nomes mais importantes do pop/rock nacional, mais apresentadores hype- e uma estrutura invejável, o MTV Video Music Brasil teria tudo para ser um dos programas mais animados do ano. Não foi o que aconteceu. Durante a maior parte do tempo, apresentadores recitavam textos mal decorados para uma platéia apática (e/ou vazia). Uma direção ágil faria maravilhas pelo programa. Os shows -também de boa qualidade- seriam melhores se reduzidos (Raimundos tocando duas músicas na sequência é demasiado). O mesmo se pode dizer das reportagens do VJ Gastão e dos textos dos apresentadores, intermináveis. Muito melhor seria dar espaço para a criatividade do mestre de cerimônias Pedro Cardoso -desperdiçado em obviedades. Beijo A premiação não trouxe surpresas. Além de Paralamas e Skank, saíram vencedores Barão Vermelho (rock), Marina (fotografia), Nando Reis (MPB), Gabriel, o Pensador (rap), Karnak (revelação) e Mulheres que Dizem Sim (democlipe). Chico Science e Pato Fu, com cinco indicações cada, saíram de mãos vazias. "Fico perplexo quando vejo como Chico Science e Carlinhos Brown, dois faróis da música brasileira, são ignorados em premiações", disse Herbert Vianna à imprensa, ao final da festa. Depois, deu um beijo no rosto de Samuel, vocalista do Skank, que ainda comemorava. "O clipe brasileiro, como o pop, está encontrando seu caminho", disse Samuel. "Falta agora descobrirmos nossa própria linguagem." Texto Anterior: Leitor e escritor suspeitam das palavras Próximo Texto: Salão de Piracicaba começa hoje Índice |
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