São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Frase; Campanha nas ruas; Histeria; Violência; Memória empresarial; Idéia brilhante; Generalização improdutiva

Frase
"A Folha reproduz em 22/8 na seção 'Frases', sob o título 'O bom de voto', declaração que o ministro Sérgio Motta não fez. A citação apareceu pela primeira vez na edição de 21/8, em chamada de primeira página, da seguinte forma: 'Se eu fosse o Serra, teria espalhado outdoors fazendo uma vinculação ao Fernando (Henrique Cardoso), ao Mário (Covas) e a mim'.
O ministro não disse em momento algum que a vinculação deveria ser feita também a ele, versão que, equivocadamente, inspirou o artigo 'Megalomania emplumada', do jornalista Clóvis Rossi.
Como a reportagem deste jornal não estava presente no momento em que o ministro conversava informalmente com o grupo de jornalistas, à entrada de um restaurante em Brasília, solicito, de acordo com as normas do bom jornalismo, que a correção seja feita."
Francisco Mendonça Filho, chefe da assessoria de comunicação social do Ministério das Comunicações (Brasília, DF)
Resposta do jornalista Márcio Morais - Mantenho as informações publicadas.

Campanha nas ruas
"Merece algumas considerações a reportagem publicada por esta Folha, edição de 22/8, sob o título 'Serra paralisa sua campanha de rua'.
Quero deixar claro que não existe paralisação da campanha de rua do candidato José Serra. Muito pelo contrário, ela atinge neste momento um pico expressivo de ação da militância, por meio de mutirões e showmícios, bem como um visual de nível superior às outras campanhas.
Na reportagem, afirmei que estamos avaliando resultados e locais onde a campanha precisa crescer sem, entretanto, paralisá-la."
Walter Feldman, deputado estadual pelo PSDB (São Paulo, SP)

"Novamente tenho que me dirigir à Folha para restabelecer a verdade dos fatos.
Em reportagem publicada nesta sexta-feira, dia 23/8, sob título 'Serra critica a Folha', o jornal procura confirmar suas avaliações equivocadas afirmando que depois da publicação da reportagem criticada por Serra (edição do dia 22/8) ele agendou reunião com a Associação dos Representantes dos Sem Terra de São Paulo.
A reunião -não-noticiada pela Folha, apesar de coberta pelo jornal- foi realizada na noite de quinta-feira e contou com a participação de quase mil pessoas de todas as regiões da cidade, sobretudo da periferia mais distante.
Ora, qualquer cidadão com um mínimo de informação sabe que não se realiza um encontro com esse significado em algumas horas, como quer fazer crer a reportagem.
A reunião, ao contrário do que diz a Folha, estava agendada havia mais de uma semana e foi, como outros eventos de que o candidato do PSDB tem participado, um enorme sucesso."
Lu Fernandes, coordenadora de comunicações da Campanha Serra Prefeito (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Carlos Eduardo Alves - O deputado Walter Feldman afirmou, como consta na reportagem, que a campanha de rua entrara em fase de "avaliação" de resultados para, depois, "retomar as atividades". A agenda do dia do candidato enviada na véspera por sua assessoria não informava sobre o evento com a Associação dos Representantes dos Sem Terra de São Paulo. A comunicação foi feita por fax às 16h08 do dia 22, portanto menos de quatro horas antes do início da reunião.

Histeria
"O candidato a prefeito pelo PSTU, Valerio Arcary, não usou a fita branca, do movimento Reage São Paulo, no debate realizado no dia 19.
Não podemos nos unir a uma campanha que incentiva a histeria e promove um clima apocalíptico para justificar e legitimar a crueldade de uma polícia corrupta que atira para matar impunemente.
A violência é resultado da desintegração social promovida pela atual política de desemprego e de aumento da desigualdade.
Sabemos que a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário, resultaria em mais 500 mil postos de trabalho.
O PSTU propõe uma campanha pela redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, como a verdadeira forma de iniciar o combate à violência."
Valerio Arcary, candidato do PSTU à Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Violência
"Tenho lido sobre as mortes gratuitas e maldosas de pessoas em São Paulo. O secretário da Segurança afirma que tem 8.000 vagas que não são preenchidas e que quem aparece não é aceito pelo baixo nível.
Clóvis Rossi menciona os mesmos fatos. Será que não percebem que o problema é o salário? Policiais, professores e pessoal da saúde recebem menos que um balconista.
Quem vai arriscar a vida para ganhar a porcaria que recebem?"
Nicolau Luppo (São Paulo, SP)

"Quando leio a opinião do sr. Oded Grajew fico com um pouco mais de esperança ('Reaja, Brasil', 21/8).
Com seu elucidar, fica claro que ainda existem pessoas coerentes, sem se inebriar com o poder."
Lucimar Malavazzi Penteado (São Paulo, SP)

Memória empresarial
"Parabéns pela excelente entrevista-depoimento com Cosette Alves. Muitos políticos também usaram o chá das cinco -em encontros que testemunhei como repórter- para 'aparecer' ou desmentir brigas (Carlos Lacerda, Franco Montoro, Jânio Quadros, Wladimir Piza, Emilio Carlos e outros).
Mas já no Mappin da praça Ramos, não da Patriarca. Sugiro que a própria Cosette Alves, na fundação que, diz, vai criar, abra um capítulo dedicado à memória política e empresarial de São Paulo.
Esta que, aliás, representa exemplarmente."
Luiz Ernesto Kawall (São Paulo, SP)

Idéia brilhante
"Brilhante a idéia da Folha de trocar o Paulo Francis pelo Arnaldo Jabor. No mínimo, foi uma contenção de despesas, já que a coluna do Paulo Francis é mais cara.
No mais, eles se igualam. Ambos têm em comum o dom de escrever bem... besteiras, e se acham gênios por isso."
Cássio Augusto da Costa (Brasília, DF)

Generalização improdutiva
"Sobre o artigo 'Janela para o mundo', de Álvaro Zini: fiquei perplexo pelo seu ataque indiscriminado ao Banco Central e a seus funcionários.
O hábito de generalizar jamais contribuiu, na história da humanidade, para uma democracia moderna."
Nathan Blanche (Rio de Janeiro, RJ)

Texto Anterior: Medida fundamental
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.