São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Ranking não inibe criação de supertimes

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ranqueamento de atletas proposto pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) não deve conseguir impedir a formação de supertimes para a disputa da próxima Superliga.
Os clubes de maior poderio econômico, que não podem podem contratar jogadores brasileiros de alto nível por causa do ranking, estão apelando para os estrangeiros.
A Superliga masculina começa em 19 de outubro. A feminina em 30 de novembro.
Segundo a CBV, para esta temporada já estão confirmadas a participação de sete atletas. Não há ainda prazo definitivo para o fim das inscrições. Os estrangeiros não contam pontos no ranqueamento, mas estão limitados a dois por equipe, tal como na Itália.
Até agora, estão confirmados: os argentinos Marcos Milinkovic e Javier Weber, no Chapecó/São Caetano; Brian Ivie (EUA) e Rouslan Olikhver (RUS), no Report/Suzano; Aleksandr Shadtchin (RUS), no Olympikus.
No feminino, a norte-americana Tara Cross-Battle, eleita a melhor jogadora do mundo em 95 pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei), e a alemã Susanne Lahme foram para o Leites Nestlé.
Não por coincidência são as mesmas equipes apontadas como favoritas para conquista do título.
"A Rosa Garcia (atacante peruana) não se adaptou no ano passado. E nós também resolvemos apostar em jogadoras novas que possam ser revelações", afirma o técnico Cacá Bizzocchi.
A atacante Ana Moser, que fechou contrato com o São Caetano na sexta-feira, anunciou que sua equipe vai contratar estrangeiras.
Outras equipes também demonstram interesse em trazer atletas de fora. A intenção esbarra, porém, na falta de recursos.
"Se você tem verba, mesmo com o ranking dá para montar grandes equipes", diz Montanaro, medalha de prata em Los Angeles-84, hoje dirigente do Banespa.
"O ranking é uma coisa boa. A seleção não vai toda para o mesmo time. Em termos de campeonato, quem tem dinheiro traz jogadores de fora", diz Paulo Treméa, supervisor de vôlei do Ginástica.
No ano passado, o clube contou com o argentino Elgueta. Este ano, porém, está sem patrocínio e sem condições de importar.
Estopim
Anunciado em abril deste ano, o ranqueamento para a temporada 96/97 estipula pontos para os atletas -no masculino e feminino.
Os atletas são pontuados de um a sete, de acordo com o desempenho obtido na temporada anterior.
O estopim da reformulação foi a campanha vitoriosa que o Leite Moça, atual Leites Nestlé, fez na temporada passada, quando foi campeão invicto em 26 jogos, ganhando 78 e perdendo só 9 sets.
A decisão atingiu em cheio a equipe, que teve que se desfazer da atacante Ana Moser.
Pelo regulamento, uma equipe não pode contar com mais de dois jogadores ranqueados com sete pontos. O Leite Moça, na época, tinha Ana Paula, Fernanda Venturini e Ana Moser nesta situação.
Nível
"Não adianta trazer só os jogadores. Precisamos melhorar nossa estrutura", diz o técnico Ricardo Navajas, do Report/Suzano.
Montanaro também é favorável a vinda de estrangeiros, desde que, segundo ele sejam de bom nível.
"Eu posso até trazer. Mas o cara tem que ser bom, para poder ensinar e ser exemplo. Não adianta trazer por trazer."

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