São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996 |
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Locutor-torcedor até chora em transmissões de futebol na TV
DANIEL CASTRO
"Local de torcedor é nas arquibancadas", diz Marco Antonio Fernandes, de São José do Rio Preto (interior de SP). Alguns locutores dizem que se esforçam para, durante uma narração, não deixar transparecer para que times torcem. "Procuro ser o mais isento possível. Só quando o jogo é internacional a gente força para o lado dos brasileiros", diz o palmeirense Claudemir de Oliveira Andrade, 46, locutor da Globo. Outros narradores não escondem suas paixões e até admitem ser parciais, como Januário de Oliveira, 50, da Bandeirantes, fanático pelo Fluminense Football Clube, do Rio. Januário, assim como o são-paulino Luiz Alfredo Viegas de Almeida, 48, da Record, já chegou a chorar durante uma transmissão internacional. "Os narradores não conseguem esconder para que times torcem. Eles põem mais 'ós' e mais 'éles' quando narram os gols dos times deles, diz o técnico de estatística Alberto Domingues, 30, palmeirense. "O Galvão Bueno (da Globo) faz isso quando o Flamengo marca gols", completa Domingues. "O que mais me irrita nas transmissões é o excesso de bobagens. Quando ouço abobrinhas, mudo de canal", afirma o gerente de recursos humanos de informática Gilberto Gil Ferreira Camargo, 42, corintiano. Camargo diz que prefere ver jogos pela Bandeirantes e por canais de TV paga. "O pessoal da Globo vibra mais com times do Rio e distorce muito", afirma. A Globo, que também escalou para o Brasileiro o santista Cleber Machado, é, no entanto, o canal preferido das torcidas organizadas paulistanas. "Eles puxam menos a sardinha", diz Paulo Sérgio de Castro, 28, da Independente (do São Paulo). Texto Anterior: Pecuaristas evitam fama de Mezenga Próximo Texto: Gerente troca canal a cada dez minutos Índice |
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