São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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Governo ligou para a PM

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM (PA)

Um documento da Telepará (Telecomunicações do Pará) aponta que no dia do massacre, 17 de abril, foram feitas 26 ligações entre o Palácio dos Despachos (sede do governo), a Secretaria de Segurança e o comando da PM, todos em Belém, com o quartel de Marabá.
O juiz auditor militar do Pará Flávio Roberto Soares de Oliveira diz que esse documento é um "forte indício" do envolvimento do governador Almir Gabriel (PSDB), do secretário de Segurança, Paulo Sette Câmara, e do comandante-geral da PM, Fabiano Diniz Lopes, no massacre dos sem-terra.
A Agência Folha teve acesso a uma cópia do documento, assinado pelo assessor jurídico da Telepará, Roberto Zahluth de Carvalho, que lista ligações telefônicas e horários.
Treze ligações aconteceram antes da 17h, horário da ação da PM. Outras 13 aconteceram até a meia-noite. O juiz diz que há "uma cadeia de mando superior" para a ação da polícia que resultou nas 19 mortes.
Agora, o juiz quer ouvir membros do primeiro escalão do governo. A assessoria do secretário Câmara afirmou que as ligações pediam detalhes sobre o resultado da operação. O comandante coronel Lopes não foi localizado pela Agência Folha. O governador Gabriel não quis comentar o documento da Telepará.

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