São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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Jogadores se rendem ao 'puxar ferro'

Oscar é o maior incentivador

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores da seleção brasileira de basquete, sexto lugar em Atlanta-96, estão "puxando ferro" para voltarem a se sobressair em torneios internacionais.
Tendo em Oscar, do Corinthians, seu maior incentivador, a preparação para ganhar massa muscular virou norma durante o Campeonato Paulista, além do trabalho de condicionamento físico já realizado normalmente.
Adotaram o trabalho Janjão, Pipoka e Rato, do Report/Mogi, Demétrius, Rogério e Fernando Minuci, do Cougar/Franca, e Josuel e Tonico, do Dharma.
Oscar, no entanto, faz apenas trabalho de fortalecimento dos músculos, principalmente dos das pernas.
"Eu tinha uma idéia errada de que se fizesse musculação iria perder a pontaria. Hoje não adianta mais começar. O pessoal, que agora é garoto, tem que ser incentivado", afirmou o ala.
Os jogadores apontam como maiores adversários no "corpo a corpo" os EUA e a Iugoslávia.
O armador Demétrius, que tem 1,93 m de altura e pesa 80 kg, busca elevar seu peso em mais 5 kg.
Ele treina de segunda a sábado, exceto nas quartas-feiras, quando há jogos. Sob a orientação do médico e presidente do Cougar, Francisco Sérgio, está tomando aminoácidos e seguindo uma dieta.
"A gente tinha que ter feito isso antes. Fica muito difícil competir internacionalmente. Nos falta um pouco de força", disse Demétrius.
Trabalho semelhante está sendo feito com o ala Rogério, 2,00 m e 100 kg.
"Ainda é muito cedo para apontar resultados, mas estou me sentindo melhor fisicamente."
O pivô Janjão, do Mogi, 2,7 m e 115 kg, diz que está "malhando" em busca de uma melhor definição muscular e não para ganhar peso.
"Eu tenho um bom biótipo. O que preciso é ganhar mais força para poder 'brigar' embaixo do garrafão", afirmou.
Segundo Osmar de Oliveira, especialista em medicina esportiva, os jogadores devem apresentar sensível melhora em seu desempenho esportivo.
'Descalibrar'
Uma das preocupações dos atletas é quanto à possibilidade de haver queda de rendimento nas partidas. Essa atividade, normalmente, deveria ser feita no período de pré-temporada.
"O braço fica um pouco duro no começo. Você precisa fazer muito alongamento e treinar arremessos para se manter no nível ideal", disse o também pivô Josuel.
O jogador, que voltou a fazer musculação com maior seriedade desde que voltou dos Jogos, afirmou que já sente diferença no "tranco" com os adversários.
Segundo Osmar de Oliveira, desde que o atleta tenha bom acompanhamento não haverá nenhuma queda de rendimento.
"Pelo contrário, se antes a mão cansava no final do jogo, agora não deve cansar mais."

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