São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996
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Previsão pode ser só ficção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nas mãos do presidente do Senado, José Sarney, a programação organizada pelo Ministério do Planejamento mais uma vez poderia ser comparada a obra de ficção.
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) resiste. "Como a perspectiva é de inflação baixa em 97, esse Orçamento tem grande chance de ser realizado efetivamente", disse ele. "Não queremos mudar o Orçamento no meio do ano."
Porém, se repetida a experiência deste ano, os números na prática não confirmarão a previsão.
Os investimentos previstos para este ano, por exemplo, totalizavam R$ 9,4 bilhões. Até junho, só foram liberados R$ 600 milhões.
A mágica decorre do caráter autorizativo dos orçamentos. Ou seja, a liberação dos recursos depende de permissão do governo.
Também pode haver vazamentos de recursos, embora a preocupação do governo este ano seja conter gastos para controlar o déficit público.
O governo já trabalha com resultado operacional deficitário em cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. A estimativa era chegar a R$ 10,004 bilhões, ou 1,38% do PIB.
O Orçamento de 1997 prevê receita total de R$ 177,18 bilhões. O valor representa 21,29% do PIB.
Também inclui os R$ 5,3 bilhões que o governo prevê obter com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. A Receita esperava R$ 4 bilhões.
Também não estão na receita total as privatizações de estatais federais previstas para 1997, que devem somar R$ 5,5 bilhões e servirão para rolar a dívida externa.

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