São Paulo, segunda-feira, 2 de setembro de 1996 |
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"Compro por 100, vendo por 200" Samuel Klein revela fórmula bilionária FÁTIMA FERNANDES
A Casas Bahia, com 217 lojas -o dobro do que há um ano- prevê para este ano receita próxima a R$ 2,7 bilhões -R$ 1 bilhão a mais que em 1995. A expansão da rede chega a intrigar os colegas empresários do varejo, que o consideram corajoso e arrojado. De seu lado, Klein diz que não há qualquer segredo na administração dos seus negócios. A estratégia, conta, é utilizar ao menos 60% de recursos próprios no pagamento das aquisições. E ganhar no crediário: "Os 40% restantes, financiados, nos custam 2,5% de juros ao mês. Mas cobro 6% ao mês do freguês na venda a prazo." Ricos e pobres Para simplificar, Klein diz que o crediário -que representa cerca de 90% do faturamento da Casas Bahia- é um bom negócio sobretudo para quem vende produtos populares. "Rico pechincha muito. E o pobre paga as contas em dia." O empresário diz que a dívida dos fregueses para com a Casas Bahia soma hoje cerca de R$ 1 bilhão. São cerca de 2,7 milhões de clientes ativos. Ele avisa que a expansão da Casas Bahia continua. Em menos de um ano, ela incorporou a Casa Garson, do Rio de Janeiro; a Domus, de Santos, e A Modelar, de Ribeirão Preto. O empresário quer agora investir mais R$ 20 milhões até o final deste ano na compra de 15 lojas no Rio de Janeiro. Klein, nascido na Polônia, instalou-se em São Caetano do Sul (SP) em 1952. Começou com a venda de cobertores de porta em porta. A sua primeira loja -Casa Bahia- foi aberta em 1958. Esse nome foi escolhido para homenagear os fregueses -a maioria era da Bahia. Hoje, ele emprega 11,6 mil pessoas -65,7% mais do que há um ano- em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em Santa Catarina. Klein diz que conserva hábitos simples. Gosta, por exemplo, de arroz e feijão e de trabalhar para atender o "povão". Texto Anterior: "Turco aventureiro" irrita a elite em SP Próximo Texto: Montadoras investem nas consumidoras Índice |
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