São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Corregedoria investiga quartel da PM

Preso diz que escondia carros na PM

DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da PM abriu anteontem uma investigação para apurar as denúncias de que carros roubados estariam sendo escondidos e adulterados em quartéis da PM. A acusação foi feita pelo garçom Abelar Rodrigues Pereira, 21.
Pereira foi preso no último dia 23 sob a acusação de atropelar e matar Andrea Thaís Costa Oliveira, 8, com um Tempra roubado. Ele confessou o crime.
Ontem, o comandante-geral da PM, coronel Claudionor Lisboa, deu uma entrevista em que voltou a afirmar que seu filho, Ricardo Lisboa, 22, é inocente. Ricardo havia sido acusado pelo garçom de participar do roubo do Tempra.
O proprietário do carro, o taxista Juarez de Castro, 35, reconheceu o garçom como um dos dois ladrões que o assaltaram e disse que Ricardo não é o outro. "Tenho certeza que não é ele (Ricardo)."
Lisboa disse que a Corregedoria da PM procurou o taxista para apurar, preliminarmente, se havia a participação de PMs no crime.
Segundo ele, seu filho conhecia o garçom, mas eles não eram amigos. Eles teriam se conhecido quando Ricardo era escriturário da PM, e o garçom trabalhava em um bar em frente ao Centro de Subsistência da PM.
"Ele (o garçom) mentiu quando disse que havia sido funcionário civil da PM", disse Lisboa. Segundo ele, seu filho nunca teve "regalias", como disse o acusado preso.
"Aliás, meu filho está respondendo a um processo de desacato a um PM em Porto Feliz (SP), onde ele mora com a mãe", disse.
Além dessa acusação, Ricardo já foi acusado e absolvido de furto. Ao depor, ele disse que, no dia do roubo do Tempra -21 de agosto-, estava em Porto Feliz.
Em suas denúncias, o garçom disse que chegou a guardar carros roubados no quartel-general da PM, que trocou a placa do Tempra roubado dentro do quartel do centro de subsistência e que comprou armas de Ricardo.
Política
O comandante-geral da PM também afirmou que o episódio está sendo explorado por pessoas contrárias à atual política de segurança pública e citou o deputado estadual Conte Lopes (PPB). O deputado disse que quer ver o caso apurado e que está cumprindo sua função de fiscalizar o Executivo.

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