São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Abono salarial surpreende até líderes dos petroleiros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os 44 mil petroleiros foram surpreendidos na sexta-feira passada com um presente inesperado: um abono no valor de 50% do salário, depositado na conta de cada funcionário um dia antes da data-base da categoria, que é 1º de setembro.
Estima-se que o abono tenha custado pelo menos R$ 60 milhões aos cofres da Petrobrás. A folha salarial, incluídos encargos sociais, se aproxima de R$ 240 milhões.
Segundo a Petrobrás, o Palácio do Planalto e a Secretaria de Controle das Estatais (Sest) autorizaram o pagamento do abono.
A assessoria de imprensa da estatal disse apenas que "as decisões nessa área estão sendo tomadas em articulação com o governo".
Trata-se, no atual governo, de concessão inédita aos petroleiros.
"Só fiquei sabendo do abono na terça-feira, quando tivemos a primeira reunião de negociação anual relativa à data-base", disse o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Antonio Carlos Spis.
Spis não acredita que a atitude tenha como objetivo esvaziar o movimento dos petroleiros. "A empresa trata desses assuntos em alto nível, não posso acreditar que eles seriam capazes de fazer uma grosseria dessas com a categoria."
O abono só foi garantido aos funcionários da ativa. Spis quer estendê-lo aos 35 mil aposentados.
Spis informou que protocolou a pauta de reivindicações dos petroleiros dia 6 de agosto. Eles querem a inflação de 12 meses (de 22,85%, pelo ICV-Dieese), mais 12,4% de produtividade e outros 6,2% de uma diferença de inflação passada, o que resulta num total de 46,64%.

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