São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Má distribuição

JUCA KFOURI

O time do Palmeiras anda padecendo do mesmo mal que assola o Brasil desde sempre. Se a distribuição da renda nacional é abaixo da crítica, a distribuição de gols palmeirenses merece uma avaliação.
A estatística mostra que o time fez 12 gols em 7 jogos mas, na verdade, essa dúzia de tentos foi marcada em apenas três partidas.
As outras quatro terminaram 0 a 0 (contra o Bahia, Inter, Goiás e Botafogo).
Se, em vez de vencer o Coritiba por 5 a 0, o Paraná Clube por 4 a 1 e o Vasco por 3 a 1, o Palmeiras tivesse vencido por 3 a 0, 3 a 1 e 2 a 1, respectivamente, teriam sobrado quatro gols para derrotar cada um dos adversários com que empatou por 0 a 0.
Teria sido muito melhor e o Palmeiras somaria 21 pontos, e não apenas 13. Somaria.
Menos mal que Viola está chegando para fazer os gols nos dias de jejum de Luizão.
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O São Paulo está protestando porque enfrentou o Botafogo no Rio de Janeiro, e o Palmeiras jogou contra o campeão brasileiro em Campo Grande, estádio neutro, portanto.
O São Paulo tem a ética ao seu lado na questão, coisa que jamais fez parte das preocupações de nossos cartolas e muito menos da CBF que, segundo o seu diretor Gilberto Coelho, quer "moralizar" o Campeonato Brasileiro.
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E, se não bastasse, o gramado em Campo Grande é uma droga.
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A CBF recuou, lavou as mãos e mandou para seu magnífico tribunal de justiça a questão Usuriaga.
Escrevi aqui que o Santos fez burrice ao escalar o colombiano contra o Fluminense.
Já começo a achar que burro sou eu por acreditar, uma vez na vida que seja, que a CBF tinha razão.
Mas que o Santos fique alerta. A decisão da tribunal deve ser política, como sempre, e aí a má vontade com tudo que diga respeito de alguma forma a Pelé deve falar mais alto.
Ou será que a direção santista já esqueceu que a CBF entregou só os contratos feitos na Vila Belmiro para mostrar que havia "caixa dois" no futebol?
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O deputado Benedito de Lira (PFL-AL) espera concluir na semana que vem o seu relatório sobre a cassação de mandato de Marcos Chedid, que, por sua vez, acha mais possível o Bragantino ser campeão brasileiro que ele cassado.

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