São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Presidente discursa e insinua conspiração das oposições

Menem alerta para a "reedição" da aliança que derrubou Perón

DE BUENOS AIRES

Com um discurso alarmista, em que insinuou uma conspiração das oposições, o presidente da Argentina, Carlos Menem, tentou ontem reassumir o controle do Partido Justicialista.
Como único orador do encontro de cúpula do partido, Menem disse que a aproximação entre os oposicionistas UCR (União Cívica Radical) e Frepaso (Frente País Solidário) é uma "reedição" da União Democrática, aliança que promoveu a derrubada do presidente Juan Domingo Perón em 1955.
"Peço a solidariedade dos companheiros e companheiras, para que nunca mais ocorra o que aconteceu em 1955, para que nunca mais os argentinos tenham de enfrentar prisões, tortura e desaparecimentos", discursou o presidente.
O chamado à união se deve ao aumento do número de "dissidentes" no partido, que discordam dos rumos da política econômica. A última greve geral, por exemplo, recebeu o apoio de 28 deputados peronistas.
Ao mesmo tempo em que Menem pedia solidariedade, a CGT (Confederação Geral de Trabalhadores) confirmava a realização de nova greve geral. Os sindicalistas filiados ao PJ boicotaram o encontro do partido.
Menem disse que o "apagón" (blecaute) de protesto programado pela oposição é uma demonstração de "saudade dos que levaram o país à ruína".
"Ninguém, em sã consciência, pode dizer que não estamos melhores do que em 1989, quando recebemos o Estado quebrado e a corrupção estava institucionalizada", afirmou Menem.

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