São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Lanna Thai revela exotismo tailandês

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Com o atraso habitual, as chamadas cozinhas étnicas parecem estar chegando. Entre elas a tailandesa, que faz bastante sucesso em países europeus, embora quase desconhecida aqui. Aberto há um mês, o Lanna Thai pode ser um termômetro da aceitação desta vertente.
Depois do fechamento do Matsuri e antes da abertura de outras casas que prometem adotar o gênero, o Lanna Thai torna-se representante do exotismo do paladar tailandês.
Pelo menos equipou-se bem para isto. Seus proprietários, o brasileiro Célio Faria, 32, e o holandês Alex Bos, 33, trouxeram da Tailândia não apenas a idéia, mas também ingredientes, louça, decoração, cadeiras, apetrechos culinários -e cozinheiros.
Foi uma batalha de mais de um ano para conseguir abrir a casa. Os sócios chegavam de longa estadia fora e encontraram entraves burocráticos que mesmo toda sua experiência anterior não fazia prever.
Célio Faria havia morado cinco anos em Londres e mais cinco em Amsterdã; fez cursos de hotelaria e trabalhou como maitre em vários restaurantes -inclusive o Lanna Thai holandês. Alex Bos trabalhava em cozinha desde os 16 anos, passou por restaurantes na Europa e na Tailândia, além de quatro anos de escola de hotelaria na Suíça.
Bos é o responsável pela cozinha do restaurante, cujo chef veio de Bancoc. Ele se chama Kittiphong Prommin, tem 39 anos, nasceu na cidade de Lampang e trabalhou em Bancoc e Cingapura. Aqui utiliza ingredientes comuns em seu país, muitos deles trazidos de lá mesmo. Caso da erva-cidreira utilizada como condimento, do galanga (variedade de gengibre), dos molhos de peixe (nam pla, nuoc mam), das pimentas vermelhas, além de leite de coco, tamarindo e coentro.
Os pratos, normalmente acompanhados de arroz, têm uma composição e apresentação que lembra um pouco a dos ensopados e cozidos chineses.
Não há variedade de petiscos ou porções de acompanhamentos e impera uma uniformidade de sabores, mas sempre numa tessitura picante e aromática, como usual na culinária do sudeste asiático. Uma cozinha intrigante, que deve evoluir, mas já merece ser conhecida.

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