São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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Aparecida espera 60 mil pessoas

DA FOLHA VALE; DA REPORTAGEM LOCAL

Pastorais sociais, sindicalistas e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pretendem fazer hoje, em Aparecida (170 km a nordeste de SP), a maior manifestação contra o governo federal desde a posse de Fernando Henrique Cardoso.
A manifestação do "Grito dos Excluídos" faz parte da 9ª Romaria dos Trabalhadores e deve reunir cerca de 60 mil pessoas de quatro Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais).
O presidente Nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, disse que a manifestação vai ser a maior concentração de pessoas contra o governo federal já realizada em um único local.
"Vamos protestar contra as políticas que o governo adota para prejudicar os trabalhadores."
Segundo o bispo de Jales, Demétrio Valentini, coordenador da Pastoral Social da CNBB, os manifestantes vão "cobrar" do presidente promessas feitas por ele na campanha, simbolizadas pelos cinco dedos da mão.
O bispo disse que, durante o ato no pátio da Basílica Nacional, os manifestantes vão levantar as mãos com os dedos abertos. "Vamos colaborar com o governo recordando-o das promessas que foram feitas", afirmou.
Uma carteira de trabalho feita em isopor com aproximadamente três metros de altura vai ser erguida no pátio da Basílica Nacional.
A CNBB pretende também instalar uma cesta de alimentos no pátio durante a manifestação, "para simbolizar a fartura que é possível em um país como o Brasil se a terra estivesse a serviço do povo".
São Paulo
A CUT realiza a partir das 10h de hoje, na avenida Paulista, um desfile alternativo ao das comemorações oficiais do Dia da Independência. O ato é um desdobramento do "Grito dos Excluídos", de Aparecida (SP).
A concentração do desfile alternativo está prevista para as 9h30, em frente ao prédio da TV Gazeta, na Paulista. Cinco alas de manifestantes participam do desfile. Representam setores da moradia, educação, saúde, emprego e terra.
Além da CUT, a igreja e o MST também participam da organização do desfile.
A manifestação percorrerá toda a avenida Paulista. No encerramento, também em frente à TV Gazeta, será servido almoço.

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