São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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Senado deve aprovar projeto para a Vale

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

O Senado não deverá apresentar resistências à privatização da Companhia Vale do Rio Doce, apesar de ainda haver críticas dos senadores ao processo de venda da estatal promovido pelo governo.
"O Senado infelizmente tem o hímen complacente, aceita tudo do governo", definiu o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
O governo anunciou anteontem que irá iniciar a privatização da estatal em fevereiro do próximo ano.
A participação do governo na Vale será vendida em três blocos -uma parte para os funcionários, outra para grandes grupos e uma terceira pulverizada no mercado.
O líder do PT no Senado, José Eduardo Dutra (SE), tem um projeto que, se aprovado, poderia frustrar os planos do governo.
Pelo projeto, o Congresso poderia retirar qualquer empresa da privatização, por meio de um decreto legislativo, até 60 dias após a publicação do edital de venda.
Mas, segundo Dutra, a aprovação do projeto depende do apoio do PMDB. De acordo com Simon, no entanto, isso não deverá acontecer porque o partido está dividido em relação a essa questão.
"A oposição pode apresentar um projeto por dia para tentar impedir a venda. O governo está tranquilo porque tem maioria", disse o líder do governo no Congresso, José Roberto Arruda (PSDB-DF).
"É um absurdo, um escândalo, um desrespeito com o Congresso e com a sociedade brasileira", protestou Simon. O senador disse que estuda levar a briga para a Justiça, por meio de uma ação popular.
Vale
Os papéis da Vale estão ganhando impulso nas Bolsas de Valores. Vale do Rio Doce PN foi negociado ontem na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) a R$ 20,50, com alta de 1,23% sobre o fechamento do dia anterior.
Segundo analistas, as definições quanto ao modelo de privatização e o projeto de desoneração do ICMS nas exportações de produtos básicos estão dando sustentação ao papel.

Colaborou a Reportagem Local

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