São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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Médico desconfia da versão

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

As fotografias que acompanham os laudos sobre a morte da atriz Daniella Perez não permitem uma análise conclusiva sobre o tipo de instrumento usado para matá-la.
Essa é a opinião de dois médicos legistas consultados pela Folha em São Paulo: Daniel Romero Muños, professor de medicina legal da USP (Universidade de São Paulo) e Alberto Moriaki Furuie, diretor de Tanatologia do IML-SP (Instituto Médico Legal de São Paulo).
Segundo eles, as fotos apenas servem de ilustração para algumas das descrições do cadáver da atriz feitas no laudo do IML do Rio. "É possível desenvolver várias versões, mas nunca ter uma afirmação conclusiva", disse Muños.
Eles afirmaram que o fato de as fotografias serem preto e branco e não terem boa definição prejudica a análise, pois não é possível distinguir o sangue escorrido e a borda dos ferimentos.
"O que pode parecer um ferimento com borda irregular nas fotos pode ser apenas uma mancha de sangue dando esse aspecto para um ferimento regular", disse Furuie.
Furuie e Muños tiveram acesso ao laudo oficial do IML carioca sobre a morte da atriz. Eles também examinaram 15 fotografias com o local do crime e as ampliações das fotos com os ferimentos de Daniella.
Lâmina
Outro médico legista ouvido pela Folha foi Paulo Vasques, também do IML-SP. Ele disse que uma lâmina pode produzir cortes mais profundos que o seu comprimento, pois, quando introduzida num corpo, ela comprime o tecido.
"Depois, o tecido se descomprime", disse. Com isso, um objeto perfurocortante comum, como uma tesoura, poderia provocar ferimentos em Daniella (cerca de 15 cm de profundidade) sem ter esse comprimento de lâmina.
(MG)

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