São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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Coréia se alia ao Japão contra cotas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Coréia do Sul definiu que vai permanecer alinhada ao Japão e prosseguir com as consultas formais sobre o regime automotivo brasileiro na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Também deverá manter as negociações na OMC sobre a medida de salvaguarda brasileira que restringiu a entrada de produtos têxteis coreanos no país.
"Vamos manter as consultas sobre os automóveis e os tecidos", afirmou o embaixador da Coréia no Brasil, Kim Sam-Hoon, que falou sobre o assunto ontem pela primeira vez.
"A cota tarifária foi uma forma de amenizar as divergências. Mas aquilo que não está coerente no regime deve ser alterado."
Essa posição contraria a versão divulgada insistentemente pelo Ministério das Relações Exteriores de que as conversas com a Coréia tinham sido concluídas.
Assim como o Japão, os EUA e a União Européia, a Coréia alega que o regime brasileiro ferem as regras da OMC.
Segundo o embaixador coreano, as divergências devem ser resolvidas por meios diplomáticos. Ele confirmou que o tema será discutido, na próxima quarta-feira, durante o encontro dos presidentes Kim Young Sam, da Coréia, e Fernando Henrique Cardoso.
Investimentos
O embaixador coreano afirmou ontem que empresas de seu país devem investir US$ 3 bilhões nos próximos três anos no Brasil. Os alvos são estatais em processo de privatização e os mercados automotivo e de eletrônicos.
O presidente Sam virá ao Brasil acompanhado por 41 empresários, que já têm interesses definidos.
Segundo o embaixador, a Vale do Rio Doce é o principal alvo da Posco (mineração) e da Hyundai. A Ssangyong (automóveis e cimento) acompanha a liberação da prospecção de petróleo.
No mercado automotivo, Hyundai, Asia Motors e Kia Motors já anunciaram investimentos diretos no país da ordem de US$ 3 bilhões.

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