São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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Novo Willis refaz Kurosawa à moda John Woo

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL

Quase careca, com o cabelo pintado de loiro, devido às filmagens da nova versão de "O Dia do Chacal", Bruce Willis veio a Veneza apresentar "Last Man Standing" (Último Homem de Pé), que encerrou ontem as Noites Venezianas e estréia nos EUA no dia 27.
O diretor Walter Hill reconheceu ontem à Folha: "É uma adaptação bastante livre de 'Yojimbo' de Kurosawa".
A versão americana, em preparo desde 1988, é situada no Texas de 1931. "É uma tentativa de um filme de gângsteres à moda Hammett", define bem Hill.
Willis faz um matador anônimo, que se apresenta como John Smith, sucedâneo do Sanjuro de Toshiro Mifune no original japonês. "Procurei ser fiel ao espírito do original, mas mudei muito o protagonista", reconheceu Hill.
Ainda assim, Willis diz ter se inspirado em Mifune. "Utilizo as pistolas como Mifune usava a espada", explicou à Folha.
Na soma geral, vale a intenção, mas o modelo maior parece ter sido Jackie Chan, o rei do cinema policial de Hong Kong.
Aliás, "Last Man Standing" deve talvez mais a John Woo do que a Kurosawa. Os tiroteios coreografados e tingidos de vermelho são o ponto alto da história do pistoleiro solitário que orquestra a guerra final entre duas gangues durante o auge da Lei Seca.
"É como uma história do Velho Testamento. Pessoas ruins encontram-se em péssimas circunstâncias num lugar maldito", resume o diretor. "Um homem mau decide fazer algo bom."

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