São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 1996 |
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Queda em pesquisa leva Rossi a ceder mais espaço a evangélicos
ANA MARIA MANDIM
A agenda paralela é organizada por pastores evangélicos, pessoas com mais ascendência sobre o candidato do que a própria coordenação política de sua campanha, recém-assumida pelo vice de Rossi, vereador Marcos Cintra (PL). Discretamente, Rossi vem comparecendo a frequentes eventos e encontros programados por sua "equipe evangélica". Nela, destacam-se o pastor Vanderlei Amaral, da Igreja Evangélica de Vila Iara, de Osasco, frequentada por Rossi e sua mulher, Ana Maria, e o pastor Lamartine Posella, da Igreja Palavra Viva, na Barra Funda (zona oeste). À cata dos votos Posella também é conselheiro influente de Rossi nas gravações dos programas do horário eleitoral. Candidatos a vereador evangélicos, como Humberto Martins, da Igreja Comunidade da Graça, colaboram na busca de novos apoios. Só ele já promoveu dois jantares com centenas de pastores, em que Rossi foi o principal convidado. No último sábado, o pedetista foi à comemoração dos 48 anos da Igreja Nova da Assembléia de Deus, em Aricanduva (zona leste). Anteontem, foi a evento na igreja de Posella. Avanço evangélico A queda de Rossi nas pesquisas causou mudança no rumo da campanha e aumento da influência dos pastores. Isso desagradou ao coordenador político da campanha e presidente do PDT paulista, José Antonio Barros Munhoz, e a Cintra, encarregado da elaboração da proposta de governo de Rossi. Amparados em pesquisas internas que apontavam a associação da política com a religião como o principal motivo da rejeição a Rossi, tentaram convencê-lo a não priorizar o discurso religioso. Seus argumentos foram repelidos. Com pouca influência, Munhoz terminou afastando-se da coordenação, ajudado por motivo de saúde (operou-se de hérnia do hiato) e por razão política: tentará reeleger-se prefeito de Itapira (170 km de São Paulo), cidade que administrou de 1977 a 1982. Coordenador, Cintra não terá mais influência do que Munhoz nos destinos da campanha. A desavença de Rossi com a Igreja Universal do Reino de Deus não o isolou no meio evangélico. Segundo fontes de sua equipe, o pedetista teria o apoio de "pesos-pesados" de outras linhagens. Entre eles, o pastor Enéas Tognini (Igreja Batista do Povo), presidente em São Paulo da Convenção Batista Nacional, e o pastor Jabs de Alencar (Assembléia de Deus), vice-presidente da Associação Evangélica Brasileira em São Paulo e presidente do Conselho de Pastores de São Paulo. Outros pastores, conhecidos no meio, seriam pró-Rossi: Valnice Milhômes (Palavra da Fé), Moacir de Oliveira, Pedro Galdino e Alfredo Requedal (Assembléia de Deus), Ademir de Almeida (Metodista Wesleyana), Paulo da Silva (Batista Missionária), Fernando Takayama, presidente da Assembléia de Deus Nipo-Brasileira. Texto Anterior: PSDB manda equipe à cidade alemã do 'Fura-Fila' e ataca plano de Pitta Próximo Texto: TV sem lei Índice |
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